Manifestações custaram 32,2 mil milhões de meticais à economia moçambicana

Manifestações custaram 32,2 mil milhões de meticais à economia moçambicana

As manifestações pós-eleitorais que eclodiram no último trimestre causaram um prejuízo calculado em 32,2 mil milhões (cerca de 504 milhões de dólares) à economia moçambicana e levaram à perda de mais de 17 mil postos de emprego à escala nacional.

Os dados foram avançados nesta quinta-feira (20), pelo Presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, durante a apresentação do primeiro Economic Briefing de 2025.

“Agregando os valores das perdas em todas as fases, podemos afirmar com certeza que o impacto das manifestações foi negativo e custou à economia cerca de 32,2 mil milhões de meticais, arrastando consigo mais de 17 mil postos de emprego”, disse Vuma.

Citado pela AIM, o empresariado moçambicano revelou que cerca de 51%, das 955 empresas afectadas, sofreram vandalização totais e/ou saques das suas mercadorias. Contudo, como forma de assegurar a rápida recuperação das empresas afectadas directamente pelas manifestações, a CTA propõe, entre outras, a criação de um Fundo para a Recuperação Empresarial.

“A par destas medidas, propomos a reestruturação dos empréstimos dos clientes afectados pelos protestos e a aplicação de um regime idêntico ao protocolo utilizado durante a pandemia da COVID-19 para flexibilizar os requisitos regulatórios associados a essas reestruturações, de modo a resultar no alívio dos requisitos prudenciais para as reestruturações de crédito destes clientes”, acrescentou.

De modo geral, e com relação ao desempenho empresarial do último trimestre de 2024, o Índice de Ambiente Macroeconómico registou um decréscimo considerável quando comparado com o terceiro trimestre do mesmo ano, tendo baixado de 53% para 50%.

“O Índice de Robustez Empresarial nacional registou uma redução de cinco pontos percentuais no quarto trimestre de 2024, face ao terceiro trimestre, saindo de 30% para 25%”.

Assim, para a recuperação desses indicadores, a CTA propõe que o Banco de Moçambique crie um sistema de compensação aos bancos comerciais que aplicarem a Prime Rate com um spread negativo, previamente definido, para a agricultura e indústria, particularmente a agro-indústria.

Segundo os empresários, esta proposta pode ser materializada através de uma taxa de reservas obrigatórias mais baixas para os bancos que investem na agricultura, e/ou dedução em baixa das reservas obrigatórias do crédito que for concedido para o sector da agro-indústria.

 

(Foto DR)

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