Os lucros das principais empresas industriais da China registaram uma queda homóloga de 2,1%, entre Janeiro e Agosto, aprofundando a tendência de contracção, segundo dados divulgados hoje pelo Gabinete Nacional de Estatísticas do país asiático.
Quando os dados são negativos, as estatísticas chinesas evitam divulgar a evolução mensal, optando antes por publicar o valor conjunto até à data. No entanto, a contracção entre Janeiro e Agosto é um ponto percentual superior à queda registada entre Janeiro e Julho, de 1,1%.
Em 2021, as empresas industriais chinesas facturaram 34,3% a mais do que no ano anterior. Este valor deve-se, sobretudo, a uma base comparativa baixa, já que no primeiro semestre de 2020 a actividade económica do país foi fortemente abalada por medidas de confinamento, que visaram travar o surto inicial de covid-19, registado na cidade chinesa de Wuhan.
No primeiro trimestre deste ano, o indicador registou uma evolução positiva, de 8,5%, mas nos meses seguintes sofreu contracções assinaláveis, derivadas, sobretudo, dos efeitos adversos dos confinamentos e bloqueios ordenados pelas autoridades, no âmbito da política chinesa de ‘zero casos’ de covid-19.
Para a elaboração deste indicador, o GNE considera apenas as empresas industriais com um volume de negócios anual superior a 20 milhões de yuans (2,9 milhões de euros).
O responsável estatístico da instituição, Zhu Hong, citado pela Lusa, afirmou que, apesar do que descreve como uma “tendência de recuperação”, os lucros das empresas industriais continuam a diminuir, em parte porque os custos de produção e operações “ainda são elevados” e o ambiente internacional é “instável e incerto”.
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