Os erros colossais nos livros escolares continuam a ser tema de debate em Moçambique, agora com a colocação de que a responsável por esta situação é a própria ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua, que nesta quinta-feira, 2, anunciou a retirada do sistema nacional de ensino, dos livros da sexta classe com erros e a suspensão do director do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Educação.
O Conselho de Ministros deu um prazo de 15 dias para que a comissão de inquérito criada para apurar as responsabilidades pelos erros apresente os resultados da investigação.
Alguns sectores da opinião pública não acreditam que algum resultado seja apresentado porque neste país, raramente, as comissões de inquérito apresentam resultados do seu trabalho.
Mas neste caso concreto dos livros escolares, para além do instituto que faz a avaliação dos manuais, existe também a figura da própria ministra que chancela que o livro possa ser publicado.
“É preciso assumir a responsabilidade interna”, defende o analista político Hilário Chacate à VOA.
Ele acrescenta que “não quero acreditar no discurso de que o culpado seja alguém de fora, porque quem avalia o livro e decide se o mesmo está em condições de ser publicado ou não é a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano”.
A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano assumiu que os erros detectados nos livros da sexta classe, “são erros que nos envergonham, são erros inadmissíveis e incompatíveis com aquilo que é a nossa missão”.
O analista político Ilídio de Sousa diz que os erros foram detectados pelas redes sociais e não por uma instituição pública ou privada devidamente reconhecida, o que é muito grave, “o que significa que é preciso repensar a aposta em gráficas estrangeiras”.
“O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano lança um concurso internacional para seleccionar um consultor, o qual faz a mobilização individual da equipa de revisão e elaboração de conteúdos, o que significa que a educação de um país fica sob a responsabilidade de uma pessoa; isto é grave”, considera aquele analista político.
O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano anunciou também a retirada do Sistema Nacional de Educação dos livros da sexta classe com erros e a suspensão do director do Instituto Nacional de Desenvolvimento de Educação.
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