Os líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovaram hoje a prorrogação da missão militar que apoia Moçambique no combate a grupos rebeldes em Cabo Delgado.
Segundo indica um comunicado emitido a partir de Lilongwe, Maláui, no final da cimeira extraordinária, “a cimeira aprovou o quadro de apoio à República de Moçambique no combate ao terrorismo que delineia, entre outras, ações para consolidação da paz, segurança e recuperação socioeconómica da província de Cabo Delgado”.
No entanto, a nota emitida, não avança detalhes específicos sobre o prazo da permanência das forças estrangeiras em Moçambique.
No total, a prorrogação foi aprovada por cinco chefes de Estado, quatro vice-presidentes e cinco membros do Governo de países-membros da região, numa cimeira presidida pelo chefe de Estado do Maláui, Lazarus Chakwera, actualmente presidente em exercício da SADC.
“A cimeira notou progressos alcançados desde a implementação da missão da SADC em Moçambique e alargou o seu mandato, o que tem implicações orçamentais”, frisa o documento, sem, no entanto, avançar os custos das operações.
Os chefes de Estado da SADC aproveitaram para endereçar condolências às famílias dos soldados dos países-membros abatidos durante as operações militares em Cabo Delgado, destacando o compromisso da organização para com a estabilidade regional.
Ainda assim, acrescenta o documento, os líderes regionais encorajaram Moçambique a prosseguir com o plano de realizar uma conferência internacional para apoiar a reconstrução das zonas afetadas pelo terrorismo em Cabo Delgado.
“A cimeira reconheceu a expressão de gratidão à SADC do Governo da República de Moçambique pela continuação do apoio regional face aos atos de terrorismo e extremismo violento em alguns distritos da província de Cabo Delgado, apesar dos recursos limitados e os desafios actuais impostos pela pandemia”, acrescenta a nota citada pela Lusa.
Entretanto, o evento de hoje foi antecedido, na terça-feira, pela cimeira extraordinária da ‘troika’ de Cooperação nas Áreas de Política e Defesa da SADC, presidida pelo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, que é presidente do órgão, que também defendeu a prorrogação do mandato das forças estrangeiras em Cabo Delgado.