A Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, disse, esta quarta-feira, em Maputo, que a justiça colocou 41 arguidos em prisão preventiva e três em liberdade, por alegado envolvimento em raptos, em 2022, admitindo a “sofisticação e complexidade” deste tipo de crime.
“O país continua a registar crimes de rapto que têm criado insegurança aos cidadãos, restringindo direitos e liberdades fundamentais, como a livre circulação” e “retraindo investimentos”, o que afecta “a economia nacional”, disse Buchili, durante a informação anual sobre a Administração da Justiça, que presta esta quarta-feira e quinta-feira no parlamento.
A responsável do Ministério Público afirmou que no último ano foram abertos 15 processos-crime relacionados com os raptos, quase o mesmo registado em 2021, ano em que foram instauradas 14 acções ligadas a este tipo de delitos.
Dos 43 arguidos constituídos em 2022 por associação aos raptos, 40 são homens e três são mulheres, com idades entre 26 e 55 anos.
Considerando aquele tipo de crime “sofisticado e complexo”, a PGR assinalou que os autores optam agora por esconder as vítimas em cativeiros de “zonas nobres das cidades” e não nos arredores, visando despistar as autoridades.
A PGR reiterou a acusação que já tinha feito em 2021, de que há magistrados, advogados, investigadores da polícia e polícias envolvidos com grupos de raptores.
Só no presente ano, “além da responsabilização disciplinar, foram acusados criminalmente dois membros do Sernic [Serviço Nacional de Investigação Criminal] e dois agentes da PRM [Polícia da República de Moçambique]”, avançou a procuradora.
Buchili observou ainda que a preparação de alguns raptos é feita nas cadeias por reclusos, notando que em 2022 foram apreendidos 12 telemóveis na posse de arguidos envolvidos nestes crimes.
“Temos consciência de que precisamos de fazer mais para elevar a confiança dos nossos cidadãos, no entanto, reiteramos que é fundamental a colaboração de todos, pois só assim poderemos contribuir eficazmente para a prevenção e combate a esta criminalidade violenta que grassa na nossa sociedade”, enfatizou. (Correio da Manhã)
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