Jovens raparigas exigem inclusão na indústria extractiva em Moçambique

A indústria petrolífera deve criar mais oportunidades para jovens mulheres, uma ideia ressaltada por mulheres durante a Conferência sobre Energia e Indústria de Moçambique-MEIS2022.

Jovens raparigas moçambicanas, formadas em diferentes áreas ligadas ou não à indústria petrolífera, como são o caso das graduadas em Engenharia de Petróleo, Geologia, Química ou mesmo Engenharia Mecânica e Energética clamaram, de viva voz, por uma maior inclusão no sector de petróleo e gás. O grito de inclusão das mulheres da energia surgiu no decurso de um painel que buscava reflectir em torno do lugar da Mulher na indústria extractiva.

As diferentes intervenientes, especialistas nos diversos ramos da indústria, como é o caso de Jónia Presado, Barbara Habib, Jéssica Matavele ou mesmo Patrícia Quirino convergiram na ideia de que nos últimos anos houve um incremento em termos de participação da mulher, num sector marcado por uma massiva presença masculina, contudo consideram que o cenário ainda está longe do ideal, havendo por isso, necessidade de conjugação de mais esforços para promover mudanças mais efectivas.

Keilla Ibraimo, jovem graduada em Engenharia de Petróleo e Gás, com sua irreverência despertou a atenção dos presentes, chegando inclusive a arrancar aplausos da plateia, ao afirmar categoricamente e de viva voz que a sua formação académica e profissional a permitem exercer o trabalho de engenharia com níveis de excelência. Eu sou muito boa naquilo que faço, sublinhou a jovem Engenheira.

Ibraimo, que graças a sua persistência, conseguiu um estágio profissional no Instituto Nacional de Petróleo, defende ainda que jovens raparigas como ela deveriam ter mais espaços de inserção profissional na indústria energética através de estágios ou por via de oportunidades de trabalho remunerado em pé igualdade, visto que a juventude, ao concluir os seus estudos, têm, o que a interveniente na ocasião, considerou ser muita “sede” de trabalhar e expor os seus talentos e conhecimentos.

As panelitas que intervieram sob moderação de Joceline Machevo-perita no sector energético, secundaram a ideia de haver um maior cometimento por parte das gerências de topo da indústria, tendo ainda acrescentado que há uma necessidade de promover mentorias para capacitar mais jovens raparigas e induzir a mudanças estruturais e positivas, rumo a uma realidade de maior equidade de género no sector e na sociedade no geral.

Refira-se que a Conferência sobre Energia e Indústria de Moçambique-MEIS2022, que contou com a participação do INP como painelista destacado, decorreu em Maputo, ao longo da semana passada, tendo reunido vários actores do sector extractivo, entre eles, profissionais da indústria, classe empresarial, gestores de empresas, entidades governamentais e académicas.

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