O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros apreciou ontem, em Maputo, a neutralidade de Moçambique como posição de paz sobre a guerra na Ucrânia, quase três meses depois de ter criticado quem é neutral.
“Estar neutro é estar do lado do agressor”, disse Josep Borrell numa reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a 16 de Junho.
Esta quinta-feira, após um encontro com o Presidente da República, Borrell referiu que “não se pode dizer que Moçambique esteja do lado do agressor”, sublinhando que o país lusófono “está do lado da paz”, logo “não pode estar ao lado de quem começou uma guerra”.
“Respeitamos a posição de Moçambique, país independente e soberano”, disse, em resposta à Lusa, acrescentando que o diálogo entre a UE e Maputo sobre as posições em relação à Ucrânia permitiu chegar a um entendimento.
Verónica Macamo, que acompanhou Borrell nas declarações à imprensa após o encontro de hoje com Filipe Nyusi, reiterou a posição moçambicana sobre a Ucrânia: “Não somos a favor da guerra, mas pelo diálogo”.
No início de Março, poucos dias após o início da invasão russa da Ucrânia, a esmagadora maioria dos Estados-membros na Assembleia Geral das Nações Unidas – 141 dos 193 – condenou a acção de Moscovo, com Moçambique e Angola entre os países que se abstiveram.
Após o encontro de ontem com o chefe de Estado moçambicano, o líder da diplomacia europeia disse que Moçambique “é um parceiro fiável” com o qual a UE quer “aprofundar” relações, em prol da estabilidade global.
Josep Borrell começou ontem uma visita de dois dias a Moçambique.
Hoje, vai entregar equipamento (não bélico) para apoiar o combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
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