O jornalista Arlindo Chissale acusa as autoridades policiais de Cabo Delgado de perseguição política por pertencer a um partido da oposição a Frelimo, no poder desde 1975.
O jornalista freelancer foi detido em Balama na semana passada pela Polícia da República de Moçambique (PRM) acusado de espionagem para grupos terroristas que actual no norte de Moçambique.
Actualmente o jornalista goza de liberdade provisória concedida pelo Tribunal Distrital de Balama, na sexta-feira (4).
Em entrevista à DW, o jornalista disse que aguardava pelo Governador da província em uma casa de pasto, enquanto isso fazia algumas fotos do ambiente. O proprietário o estabelecimento estranhou tudo e precipitou-se em chamar as autoridades alegando estar perante um indivíduo estranho a tirar fotografias.
“Nas buscas, tudo ilegal, retiveram os meus telefones, fizeram todo o tipo de buscas durante muito tempo, mas só agora é que o tribunal conseguiu entender que foi ilegal”, disse Chissale.
Ele disse ser a primeira vez a estar em Balama e que lá fazia um trabalho de “política activa” e não jornalístico. Membro do partido Renamo, Chissale disse estar à procura de reforçar a força do partido, já que Balama poderá tornar-se em Vila Municipal.
“Então, a polícia ficou muito desgastada por ser um partido da oposição e ainda mais por ser um jornalista. Tinham dois dados muito deturpados. Eu sempre fui jornalista e tinha a credencial na minha pasta. Ainda voltámos com a polícia, para vir buscá-la à pensão. Eles verificaram, mas não gostaram da presença do jornalista e não gostaram também de ter citado o partido pelo qual eu vim para cá para dar um empurrão”.
Na entrevista, ele fala das condições humanitárias e direitos humanos “invisíveis” por que passou e verificou durante o tempo que esteve detido.
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