Jogos de azar: Crianças, jovens e os frustrados com a TSU têm maior riscos de cometer suicídio

Jogos de azar: Crianças, jovens e os frustrados com a TSU têm maior riscos de cometer suicídio

As crianças estão entre os grupos de cidadãos como jovens, idosos, desempregados e funcionários do estado frustrados com a Tabela Salarial Única (TSU), com maior risco de suicidar-se por conta da prática de jogos de azar, sendo que os mais velhos podem também cometer homicídio contra próximos, alertou, hoje, o psicólogo, Hachimo Chagane.

De acordo com a fonte, o vício ou adicção aos jogos de azar tem o mesmo efeito nefasto dos causados por drogas, com a particularidade de apenas traduzir seus danos a nível abstracto (comportamento, emoções e pensamentos compulsivos) em oposição aos físicos ou fisiológicos.

“Há grupos vulneráveis. O primeiro, que é o maior, neste caso, são os jovens. Eles têm tendência de procurar adrenalina, lazer e festividades, e também a tendência [cobiça] de estar na mesma linha [ter a ‘mesma vida’] de outros jovens. O outro grupo preocupante são as crianças e os idosos em situação de reforma”, apontou.

Actual situação económica do país, que se alastra há vários anos, pode ser a base para a elevação deste problema de saúde pública, disse ele, numa entrevista à Rádio Moçambique.

Ele explicou que as crianças começam a entrar para as estatísticas devido a existência de jogos no seu alcance, como a ‘Xindondi ou xindondinha’.

“Estes [as crianças] estão a associar-se ao mundo dos jogos de azar na tenra idade, embora com valores muito reduzidos. Mas à medida que a idade avança entram nos grupos dos jovens”, explicou.

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Relativamente aos idosos já reformados, referiu que a adesão aos jogos de azar pode se dar porque o dinheiro da reforma deixa de cobrir as suas necessidades financeiras.

“Enquanto estava activo profissionalmente tinha os seus rendimentos, mas porque está na reforma pode ver o seu pagamento reduzido”, notou.

Ele disse ainda que a pandemia da covid-19 reduziu a massa laboral, levando muitas pessoas à situação de desemprego.

“Acredita-se que em momentos de crise económica há desenvolvimento de maiores problemas de adesão aos jogos de azar, exactamente, por se pensar que o dinheiro fácil e rápido pode resolver as suas dificuldades”, notou.

Além disso, referiu que a introdução da TSU trouxe consigo problemas para os Funcionários e Agentes do Estado, entre os quais a frustração por ver goradas as expectativas de receber salários substancialmente melhorados.

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“No início, as pessoas caíram numa expectativa tão elevada em que contraíram dívidas acima das suas capacidades nos bancos. Esses também estão a desenvolver transtornos desta natureza. Devem ser também alguns desses que entram para esses jogos de azar para recuperar o que, eventualmente, a TSU não está a trazer”, referiu, alertando que é um fenómeno nacional sobre o qual todos precisam de reflectir.

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Igualmente, notou o psicólogo, as frustrações nos jogos de azar podem servir de motim para ocorrência ou prática de homicídios.

“Sim. Algumas pessoas que têm essa tendência ao suicídio podem cometer o homicídio a sua família, porque não querem ir sozinhos nessa viagem. Prefere, infelizmente, matar a família, para pensar que já estará resolvido o problema, a vergonha”, disse.

Ele sugeriu uma verificação das fragilidades da legislação moçambicana que regula os jogos de azar de modo a evitar a sua prática à margem da lei e sem o envolvimento de crianças. “E fazer esse estudo comparado, vendo o que os outros países estão a fazer”, em termos regulatórios.

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