Joe Biden quer aumentar impostos aos ricos para garantir sustentabilidade do sistema de saúde

Joe Biden quer aumentar impostos aos ricos para garantir sustentabilidade do sistema de saúde

O presidente Joe Biden pretende aumentar os impostos para quem ganha mais de forma financiar o Medicare, expandir o sistema de saúde e mantê-lo além de 2050 sem mudar os benefícios e afectar os beneficiários.

Num artigo de opinião citado no “The New York Times” e pelo jornal Económico, Joe Biden acusa os republicanos de quererem acabar com o programa de saúde, uma acusação que já tinha feito no início de Fevereiro. “Durante décadas, ouvi os meus amigos republicanos a dizer que a única forma séria de preservar o Medicare era acabar com os benefícios, incluindo torná-lo num programa de vouchers, que acabaria por valer menos e menos a cada ano. Alguns ameaçaram a nossa economia a menos que eu aceitasse com o corte de benefícios”, lê-se no artigo.

“Só em Washington é que as pessoas dizem que estão a salvar algo ao destruí-lo”, lança.

Biden aponta que o Medicare “é mais que um programa governamental. É uma garantia com que os americanos podem contar quando se reformarem”. Este é um seguro de saúde público para pessoas com mais de 65 anos, jovens portadores de deficiência ou baixos rendimentos, para o qual descontam parte do salário.

De relembrar que o acesso à saúde é um tema bastante discutido nos Estados Unidos, sendo constantemente classificado como um dos mais caros e com a pior performance do mundo desenvolvido.

“Vamos pedir aos mais ricos que paguem um pouco mais da sua justa parte, para fortalecer o Medicare para todos a longo prazo”, afirma Biden. O orçamento do presidente “propõe aumentar a taxa de imposto do Medicare sobre rendimentos auferidos acima de 400 mil dólares para 5% face aos actuais 3,8%”. Este dinheiro vai directamente para o fundo do Medicare, de forma a “proteger o investimento dos contribuintes e o fundo do programa”, anunciou.

No artigo, Joe Biden atira que quando o sistema foi aprovado, ” 1% dos mais ricos não tinham mais do que cinco vezes a riqueza dos 50% mais pobres combinados, e faz sentido que alguns ajustes sejam feitos para reflectir a realidade actual”.

“Vamos pedir para que eles paguem a sua justa parte para que os milhões de trabalhadores que os ajudaram a construir essa riqueza se possam reformar com dignidade e com o Medicare para o qual pagaram”.

Com a divulgação do orçamento da saúde preparado para ser divulgado esta semana, Biden garante que o fundo da Medicare vai durar além de 2050 e que não será necessário cortar “um cêntimo dos benefícios”. “De facto, conseguimos melhor valor, garantindo que os americanos recebem melhores cuidados que o dinheiro que pagam pela Medicare”.

Lembrando que os republicanos do MAGA (Make America Great Again) e apoiantes de Donald Trump têm uma visão diferente da sua e do seu partido, Biden aponta que estes querem a revogação da Lei da Redução da Inflação, o que significa “retirar poder ao Medicare de negociar preços mais baixos de medicamentos prescritos, acabar com o limite de 35 dólares mensais para a insulina e remover o limite anual de dois mil dólares para idosos”.

“Se os republicados do MAGA conseguirem o que querem, os idosos pagarão mais do seu próprio bolso em medicamentes prescritos e insulina, o défice será maior e o Medicare mais fraco. O único vencedor será a Big Pharma”, escreve no “New York Times”. “Não é assim que prolongamos a vida do Medicare para mais gerações ou fazemos crescer a economia”.

No artigo, Biden relembra que “duas das maiores reformas no sector da saúde desde a criação da Medicare, ambas que podem poupar centenas de milhões nas próximas décadas, foram assinadas pelo presidente Barack Obama e por mim”, lembrando o tempo em que era vice-presidente dos Estados Unidos (2009 a 2017) e lançaram o Affordable Care Act, que ficou conhecido por Obamacare.

“O Affordable Care Act adoptou reformas inteligentes para tornar o nosso sistema de saúde mais eficiente e, ao mesmo tempo, melhorar a cobertura do Medicare para idosos”, enquanto “a Lei da Redução da Inflação acabou com a proibição absurda do Medicare negociar preços mais baixos de medicamentos, limitando o custo total de medicamentes prescritos para idosos e economizando milhares de dólares por ano”. Segundo Biden, estas negociações, combinadas com os descontos pelos aumentos excessivos de preços, vão reduzir o défice em 159 mil milhões de dólares.

O presidente norte-americano aponta que se observou uma desaceleração significativa no crescimento dos gastos com a saúde desde que o Obamacare foi aprovado, com o Medicare a gastar menos um bilião de dólares desde a entrada em vigor do plano.

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