O antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano defende um maior investimento no capital humano em técnicas de exploração e transformação dos recursos naturais existentes no país, com vista a imprimir uma nova dinâmica à economia nacional.

Joaquim Chissano falava no distrito de Chibuto, província de Gaza, sul de Moçambique, em entrevista concedida à Rádio Moçambique, durante a qual revelou a sua visão sobre os caminhos a trilhar para o rápido desenvolvimento do país.

Chissano entende que só com conhecimento interno qualificado o país pode capitalizar os recursos naturais disponíveis, alimentar a indústria nacional, criando, assim, mais oportunidades de emprego para os cidadãos.

O antigo estadista moçambicano afirmou que, através da exploração e transformação interna dos recursos marítimos, agrícolas, florestais e minerais, o país pode conquistar rapidamente a sua independência económica.

“Está tudo em paralelo, mas é preciso uma industrialização do país. É um debate que tem que atingir o sector privado, a sociedade civil e todas as esferas de governo”, disse Chissano.

Quanto ao debate sobre a renegociação da contribuição dos megaprojectos na economia do país, Joaquim Chissano disse ser uma visão actual e pertinente, porém, adverte que há que ter em conta a preparação interna para fazer face aos desafios de investimento, gestão e conhecimento tecnológico.

“Tudo precisa de formação, precisa de quadros completos para poder se negociar em pé de força, porque não se pode renegociar para depois ir pedir dinheiro a eles, pedir a tecnologia toda a eles, etc.”, anotou.

Acrescentou que “é meu ponto de vista, mas que é um assunto que é preciso debater. Pode ser que encontremos formas mais rápidas para acelerar o mais cedo possível e evitar o esbanjamento”.

(Foto DR)