O Governo nipónico disponibilizou ontem 3,9 milhões de dólares para assistência alimentar aos deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
O montante, disponibilizado através do Programa Alimentar Mundial (PAM), deverá servir também para responder à insegurança alimentar causada pela seca no sul de Moçambique, disse Kimura Hajime, embaixador do Japão em Moçambique, durante a cerimónia de troca de notas com o PAM, em Maputo.
Segundo o responsável, do total, 2,4 milhões de dólares vão servir para a obtenção de alimentos e assistência humanitária a mais de 36 mil pessoas deslocadas devido à violência armada em Cabo Delgado e o remanescente, 1,5 milhão de dólares, vai apoiar cerca de 17.800 pessoas vulneráveis nas províncias de Gaza e Inhambane, no sul do país.
“As contribuições contínuas do Japão estão salvando vidas, melhorando a segurança alimentar das famílias mais vulneráveis e ajudando a construir a resiliência das comunidades aos choques futuros”, disse Pierre Lucas, director adjunto do PAM em Moçambique, citado pela Lusa.
A província de Cabo Delgado é aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.
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