Já há consenso para o preço do algodão na presente campanha agrícola

Já há consenso para o preço do algodão na presente campanha agrícola

O preço do algodão que dantes era comercializado por 25 Meticais o quilo, passa agora a ver vendido a um preço de 33 meticais.  A informação foi avançada, pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, durante a reunião de negociação do preço mínimo daquela cultura.

Este ano, o ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural foi o palco da negociação do preço mínimo do algodão caroço, que juntou, à mesma mesa, produtores, empresas fomentadoras e o Governo.

Os produtores, através do Fórum Nacional dos Produtores de Algodão (FONPA), apresentaram a proposta de 35 Meticais por quilograma, mas os empresários, representados pela Associação Algodoeira de Moçambique (AAM), propuseram 30 Meticais. Coube ao Governo criar um consenso entre as partes.

“Porque estamos a pensar de forma inteligente e os produtores também já têm experiência, nós pensamos num meio-termo. Entramos nesta sala de negociações com um preço de 35 e 30 Meticais por quilograma. No entanto, foi acordado, no último segundo, depois de muita reflexão, o preço de 33 Meticais por quilograma para a presente campanha agrária”, informou Celso Correia, ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Há dois anos, houve acordo similar para novos preços mínimos, num momento em que o custo tinha baixado drasticamente e algumas empresas equacionaram abandonar a compra do produto. Assim, o Governo decidiu injectar 240 milhões de Meticais de subsídios às empresas, garantindo a manutenção da sua ligação com 150 mil produtores familiares, equivalente a cerca de 800 mil pessoas.

O impacto da intervenção do Executivo para a economia foi positivo. O negócio gerou 20 milhões de dólares, 50% dos quais foram por encaixe directo dos produtores e 10%, que representam dois milhões de dólares norte-americanos para empresas de logística.

“A lógica dos subsídios, aplicada noutras geografias, surtiu o efeito”, frisou o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, citado pela imprensa nacional.  Esta política vai continuar, dado o impacto positivo deste sector, uma cultura de exportação de excelência, na balança de pagamentos e na balança comercial.

Com o novo preço acordado, o governante afirmou que as famílias produtoras de algodão caroço poderão aumentar os seus rendimentos em 35%.

“Hoje, volvidos dois anos, temos uma situação histórica, porque o preço do algodão atingiu uma das maiores exportações dos últimos 50 anos.

Este novo preço vem em boa hora, porque Moçambique também enfrenta a crise que os outros países estão a enfrentar. Então, saber que 150 mil famílias, perto de um milhão de moçambicanos, vão ter um rendimento acima dos 35%, comparativamente ao ano passado, é uma notícia muito boa para o país”, salientou Celso Correia.

Actualmente, a produção do algodão envolve cerca de 200 mil produtores, seis empresas algodoeiras, gerando cerca de 30 mil postos de trabalho ao longo da sua cadeia de valor e conta com 13 fábricas de descaroçamento do algodão caroço, com capacidade instalada de processamento de cerca de 250 mil toneladas por ano.

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