Investimento Directo Estrangeiro em Moçambique caiu 10,6% para 650,5 M$ no primeiro trimestre

Investimento Directo Estrangeiro em Moçambique caiu 10,6% para 650,5 M$ no primeiro trimestre

Moçambique registou, no primeiro trimestre de 2024, uma redução em 10,6% do fluxo de Investimento Directo Estrangeiro (IDE), tendo totalizado 650,5 milhões de dólares quando comparado com o período homólogo de 2022.

Segundo os dados que constam no boletim trimestral da Balança de Pagamentos (BoP), divulgado ontem, segunda-feira (29), pelo Banco de Moçambique (BdM), a que o MZNews teve acesso, a queda foi influenciada pela redução de investimentos na indústria extractiva, sobretudo dos Grandes Projectos (GP) em 25,9%.

Em termos de distribuição sectorial, o relatório do BdM indica que a indústria extractiva manteve, nos primeiros três meses de 2024, a sua posição de maior receptor de fluxos de investimento, ao encaixar um total de 489,2 milhões de dólares, o que corresponde a 75,2% do total do IDE, menos 29 % em relação ao período homólogo de 2023. Destaca-se o investimento destinado ao financiamento das operações de exploração de gás em 280,3 milhões de dólares, o correspondente a 57,3% do IDE da indústria extractiva, seguido pelas áreas de prospecção de carvão mineral, areias pesadas, entre outras.

Adicionalmente, o banco central destaca que a indústria transformadora com um encaixe de 56,7 milhões de dólares, equivalente a 8,7% do total do IDE, bem como, a indústria do sector de produção e distribuição de electricidade, gás e água com 50,5 milhões de dólares, também se destacaram.

Desagregando o IDE por instrumentos, o investimento na forma de “Outro Capital” apesar ter registado um decréscimo em relação ao primeiro trimestre de 2023, manteve-se, como a principal forma de realização de IDE fixando-se em 599 milhões de dólares, o que representa 92,1% do total do IDE.

“A diminuição do IDE registado no Outro Capital, em 14,6%, foi determinada pelo abrandamento na mobilização de recursos sob forma de suprimentos e créditos comerciais por parte dos GP. Pelo contrário, o aumento em 93,9% na realização do IDE sob a forma de Acções e Participações, foi justificado pelas empresas não pertencentes aos GP, com registo de 51,5 milhões de dólares, o equivalente a 7,9% do total do IDE”, refere o documento.

O boletim destaca, no entanto, que a África do Sul foi o principal parceiro do IDE em Moçambique, com um peso de 39,1%, seguido pelas Maurícias, Estados Unidos da América, Países Baixos e Emirados Árabes Unidos, com um peso de 45,7%, 39,4%, 8,8%, 8,1% e 2,4% do total de IDE (líquido) do País, respectivamente.

 

(Foto DR)

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