O Instituto Nacional de Saúde (INS) garante ter concluído a instalação de um sistema de vigilância dos eventos vitais no seio das comunidades para captar as mortes que ocorrem e escapam ao sistema de registo civil.
Segundo o director do Instituto Nacional da Saúde, Eduardo Samo Gudo, a iniciativa surge em resposta à baixa taxa de registo de eventos vitais (nascimento e morte) nas comunidades em todo o País, uma realidade geral também no continente africano, onde estima-se que somente 20% de nascimentos e mortes são captados pelos serviços de registos e notariado.
Informações recentes indicam que cerca de 50% de mortes não tem registo e 12 milhões de moçambicanos também carecem de registo no Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, numa altura em que o acesso aos dados de novos nascimentos e óbitos ocorridos nas zonas rurais continua uma dor de cabeça para as autoridades.
“Temos uma experiência em sistemas de vigilância de mortalidade. Sabe-se que sistema de registo civil para mortes e nascimentos em países pobres como Moçambique não captam a maioria de óbitos e pensa-se que menos de 20% é que são captados em todo continente”, disse Eduardo Samo Gudo, citado pela AIM.
A fonte acrescentou ainda que o INS montou no País um sistema de vigilância que consiste em deslocações às comunidade para fazer mapeamento de eventos vitais, o que permite calcular com fiabilidade as taxas de mortalidade, numa altura em que, só se utiliza exclusivamente os dados dos registos e notariados, factor que não permite aferir com rigor a realidade sobre a mortalidade.
“Esta experiência partilhamos na Conferência sobre Saúde Pública em África, porque muitos países não têm mecanismo do género e só utilizam única e exclusivamente dados dos registos civis, e como se sabe, captam muito pouco sobre a taxa de mortalidade. Muitas pessoas nascem e morrem na comunidade e os sistemas não captam”, referiu o responsável, sublinhando que a iniciativa, permite igualmente captar óbitos na comunidade por outras doenças de que não se tinha a real dimensão, com recurso a um mecanismo denominado Autópsia Verbal.
“O inquérito, permite com base nas questões sobre os sintomas, o tempo que o indivíduo levou com a doença, aferir as causas da morte. As respostas ao inquérito são depois submetidas num algoritmo que permite apurar a provável causa da morte de um determinado indivíduo”, concluiu.
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