Conceder crédito aos agentes económicos está cada vez mais difícil para as instituições financeiras de microcrédito, uma vez que a maior parte dos potenciais mutuários é do sector informal, mais afectado pela pandemia do covid-19 e pelo actual clima de incertezas no mercado.
Esta situação forçou os bancos de microcrédito a reajustarem os termos de oferta, muitas vezes obrigando os clientes a deixarem garantias reais, cujo valor supera o crédito que se pretende conceder.
Outros operadores deste ramo optaram por redefinir o perfil de clientes, abrindo mão de agentes económicos do sector informal a favor de pessoas assalariadas em condições contratuais mais seguras e micro-empresas.
Segundo o semanário “domingo”, os gestores dos microcréditos consideram que com o alastramento da presente pandemia, houve muitos pedidos de crédito por parte de agentes económicos dos sectores afectados para investirem noutros negócios que ainda detinham alguma abertura.
Além desses, notou-se o registo de pedidos vindos de cidadãos que teriam perdido os seus empregos para sobressaírem por via do investimento. Entretanto, essa nova massa de clientes agudizava incertezas, pois estavam mais movidos pelo desespero e não se podia confiar totalmente nos seus projectos. Segundo contam, foi nesse período que decidiram suspender os pedidos de crédito, principalmente aqueles que provinham de micro-empreendedores, “porque os investimentos já não avançavam com a mesma pujança, havia muita incerteza sobre o fluxo nacional de negócios”, disse Valdo Suaze Muiambo, gestor de um banco de microcrédito.