Um incêndio de enormes proporções deflagrou nas instalações de uma petrolífera na vila costeira de Zahrani, no sul do Líbano. No entanto, ainda se desconhecem as causas do fogo, segundo fontes locais.
Quando o fogo começou, num enorme tanque de gasolina, não havia trabalhadores nas redondezas, afastando-se hipóteses de danos humanos.
A zona da petrolífera Zahrani, que dista cerca de 50 quilómetros a sul de Beirute, e outras circundantes estão cobertas de fumaça preta. Por isso, as autoridades bloquearam a principal estrada que liga Beirute ao sul do Líbano, que passa por Zahrani.
O incêndio ocorre perto de uma das principais estações de energia do Líbano, que parou de funcionar há dois dias devido à falta de combustível.
No ano passado, uma empresa alemã encontrou material nuclear perigoso armazenado nas instalações de Zahrani. Tratavam-se de oito pequenos recipientes que pesam menos de dois quilos contendo sais de urânio empobrecido. Neste sentido, os responsáveis fizeramm a sua remoção algum tempo depois.
O material está armazenado nas instalações desde a década de 1950, quando era operado pela Mediterranean Refinery Company, ou Medreco.
A Medreco, uma empresa americana cujos principais accionistas eram a Mobil e a Caltex, esteve no Líbano durante quatro décadas, até 1980.
Os tanques de armazenamento próximos do local da explosão estavam num processo de resfriamento para impedir a propagação do incêndio.
O Líbano passa por uma grave crise económica e caos político, que se agravaram com a explosão no porto de Beirute há um ano.
Os libaneses dependem cada vez mais de geradores privados para obter energia. Os gastos com combustível estão elevados. A empresa estatal de electricidade fornece apenas algumas horas (cerca de duas) de serviço por dia para os cidadãos.
O incêndio de hoje ocorre mais de um ano depois de um outro fogo no porto de Beirute que matou cerca de 215 pessoas, causou milhares de feridos e destruiu as instalações e bairros próximos.
A explosão no porto de Beirute teve como causa o armazenamento incorrecto – durante anos – de centenas de toneladas de nitrato de amónio, um material altamente explosivo usado em fertilizantes.