Horas extras: Professores moçambicanos pedem intervenção do Parlamento

Horas extras: Professores moçambicanos pedem intervenção do Parlamento

A Associação Nacional de Professores de Moçambique (ANAPRO) submeteu nesta quarta-feira (03), um documento à Assembleia da República, pedindo a intervenção da Comissão de Queixas e Petições sobre os atrasos no pagamento de horas extraordinárias ao sector da educação.

O pedido submetido no Parlamento, segundo a agremiação, surge após as tentativas fracassadas do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e do Ministério da Economia e Finanças (MEF) em resolver o assunto que já perdura desde o ano de 2022.

“Em observância à separação dos poderes do Estado moçambicano, a ANAPRO socorre-se desta para solicitar ao Poder Legislativo um pedido de intervenção imediata sobre o Poder Executivo, pois das diversas vezes que nos dirigimos ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e ao do Ministério da Economia e Finanças (MEF) para ver a situação dos professores regularizada, não houve solução satisfatória senão tendência de dissonância entre os dois ministérios, apatia e insensibilidade perante a classe pois os tais pagamentos que se diz ter sido feitos, foram feitos de forma estratégica, isto é, em apenas uma escola por distrito nas províncias de Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia e Nampula, excepto a cidade e província de Maputo que pagaram um universo maior de escolas”, lê-se no documento enviado ao Parlamento e a que o MZNews teve acesso.

De acordo com o documento, assinado pelo presidente Associação Nacional de Professores, Isac Marrengule, associado isso, actualmente vai crescendo a onda de descontentamentos que acabam gerando uma “série de ânimos que vão ganhando contornos alarmantes nas escolas, pelas paralisações esporádicas e cíclicas”, pelo facto dos professores sentirem que seus direitos estão sendo violados.

“Tudo não passa de uma estratégia de distrair as atenções, condicionando mais o ambiente de trabalho, a qualidade de ensino”, acrescenta.

Em Janeiro, a ministra da Educação admitiu que há atrasos no pagamento de horas extras aos professores, pedindo, no entanto, que os profissionais continuem a fazer o seu trabalho.

“Nós estamos conscientes de que estamos com essa dívida com os nossos colegas professores, mas queríamos sossegá-los, pois no momento oportuno essas horas serão pagas”, disse Carmelita Namashulua.

Contudo, ontem, quinta-feira, um grupo de 40 professores da Escola Comunitária Daejo Cheile no bairro Khongolote, na cidade da Matola, paralisou as aulas, exigindo o pagamento de horas extras devidas pelo Estado.

As imagens do boicote às aulas foram colocadas a circular nas redes sociais, e os professores afirmam que a decisão, tomada por unanimidade após uma reunião, vai prevalecer até que o dinheiro das horas extras reflicta nas suas contas.

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