A “guerra” entre a classe médica e o governo promete ser uma novela que proporcionará muitos capítulos, e sem previsão de desfecho.
Depois de o Governo ter reafirmado ontem que não vai “ceder” as exigências salariais e que os médicos grevista correm risco até de ficar sem receber salários, a Associação Moçambicana de Médicos (AMM), ameaçou hoje paralisar na totalidade as actividades de assistência mínima, acusando o Governo de intimidação e falta de abertura para o diálogo.
“Face a este posicionamento do nosso Governo em optar por intimidações, furtar-se ao diálogo e não cumprir com os compromissos, nós informamos que a classe médica reserva-se o direito de cancelar as suas cedências. Nenhum médico voltará ao trabalho e o Governo terá de contratar mais de 1.500 médicos”, informou o presidente da AMM, Milton Tatia, em conferência de imprensa havida hoje em Maputo.
O Governo considerou “ilegal” e ao mesmo tempo “estranho” as reivindicações dos médicos.
Entretanto, A AMM considera que o posicionamento do executivo mostra que não há qualquer interesse em resolver o problema, observando que a “nobreza” do trabalho da classe justifica um tratamento diferenciado.
Além de ameaçar paralisar a assistência mínima nas unidades de saúde, a AMM pondera exigir que se cumpra integralmente com o caderno reivindicativo inicial, de 28 de Outubro de 2022, que incluía muito mais exigências, segundo a classe.
Os médicos estão em greve há mais de 30 dias, entretanto, cobrindo, no entanto, os serviços mínimos nas unidades sanitárias.
Na sexta-feira, a Associação Médica de Moçambique vai realizar mais uma assembleia-geral em Maputo para decidir sobre a prorrogação da greve da classe, que já foi prolongada uma vez.
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