A greve da classe médica moçambicana que iniciou no passado dia 10, e que foi prorrogada ontem, por mais 21 dias, está a está a comprometer o funcionamento normal dos serviços sanitários, com destaque no Hospital Central da Beira (HCB), em Sofala. Isto porque, muitos desta província aderiram à greve.
O HCB é uma unidade hospitalar de referência, a segunda maior do país, e serve, a nível dos serviços especializados, as províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Tete.
Segundo noticia a VOA, os trabalhos nos blocos operatórios estão a funcionar a conta-gotas, os médicos-chefes que não aderiram à greve, na companhia médicos estrangeiros, não conseguem responder à demanda.
Segundo utentes, muitas cirurgias, exceptas as de urgências, não estão a ser feitas, e as consultas externas foram adiadas, causando constrangimentos aos pacientes e respectivas famílias que lamentam a situação.
‘’Vim acompanhar com familiar para uma cirurgia, não fomos atendidos, não sei se amanhã será a mesma coisa porque os médicos não estão a trabalhar”, disse um dos entrevistados, que preferiu o anonimato por medo de represálias.
Outro disse que “isto é preocupante, o Governo deve sentar-se à mesa do diálogo com a classe profissional para resolverem isso”.
Na verdade, o impacto da greve é mais visível nas sete enfermarias do HCB, os médicos-chefes e estrangeiros não conseguem efectuar com regularidade as visitas médicas matinais aos doentes internados, centrando as suas atenções nas consultas de urgências no Banco do Socorro, onde a enchente de utentes é indisfarçável.
Ontem, a Associação Médica de Moçambique (AMM) decidiu prorrogar a greve daqueles profissionais por mais 21 dias, por continuarem a identificar problemas no enquadramento dos médicos na nova Tabela Salarial Única (TSU).
“A classe médica decidiu por unanimidade prorrogar a greve por mais 21 dias, ou seja, a greve vai continuar até ao dia 21 de Agosto”, disse à comunicação social Milton Tatia, presidente da AMM, após uma reunião da associação.
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