O atendimento hospitalar nos serviços público em Moçambique já vinha sendo considerado mau pelos utentes, mas a situação tende a ficar pior agora com a greve dos médicos que já vai no seu sétimo dia.
Quase todos os serviços foram afectados pela greve e os pacientes, muitos com datas de consultas já marcadas, ficam horas a fio à espera de serem atendidos, outros chegam a desistir por conta da morosidade e a ausência dos profissionais.
Nas longas filas do Hospital Central de Nampula, maior unidade sanitária da região norte do país que também atende pacientes provenientes de Niassa e Cabo Delgado, há doentes e acompanhantes cansados de esperar pelo atendimento.
A porta-voz daquela unidade sanitária, Dalva Khossa, que não avançou o número dos grevistas, disse a jornalistas que a greve “está afectar todos os serviços”, e para assegurar o atendimento nos serviços mínimos e de urgência o hospital recorreu aos “médicos militares que têm feito o seu esforço e alguns médicos nacionais, mas estes observam uma escala feita por eles”.
Citada pela VOA, Dalva acrescentou ainda que “as consultas estão a ser realizadas em algumas áreas que tem médicos estrangeiros, mas noutras em que tem médicos Moçambicanos estão paradas”.
A greve dos médicos acontece durante a época chuvosa, em que na província de Nampula são frequentes os casos de diarreias e malária.
Dalva Khossa prevê que a situação não será muito boa.
“Eu espero que a greve não continue, que haja uma negociação entre o Governo e os médicos porque se porventura isto continuar podemos ter uma situação não boa tanto para os médicos como para os doentes”, concluiu.
De referir que na última conferência de imprensa realizada semana passada em Maputo, a organização denunciou ameaças e intimidações por parte do Governo, depois de o ministro da Saúde Armindo Tiago ter dito que os grevistas serão sujeitos a processos administrativos que começarão por faltas com impactos nos seus salários.
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