A presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Graça Machel, declarou na quarta-feira que o Governo moçambicano não tem estratégias, nem objectivos claros para colocar a mulher em lugares de destaque para a criação de políticas e na gestão de economia.
Segundo a activista que também já ocupou a pasta de ministra de Educação, as mulheres são mais do que “o rosto da pobreza” em Moçambique.
“Foram décadas em que se trabalhou para chegar onde estamos, mas sentimos que na área da Economia, no nosso trabalho com as comunidades, aprendemos que não existem estratégias tão claras como existem na esfera política. Não existem estratégias, nem planos, nem metas. Não existem objectivos claros à volta dos quais o sector público, o sector privado, as academias, as organizações e as próprias mulheres sintam que tenham que realizar aquele objectivo, devia ser sector por sector na economia”, disse a activista, citada pela RFI.
Para Graça Machel é também “lamentável” que no século XXI, economicamente, a mulher ainda seja o rosto da pobreza em Moçambique.
“Estamos no século XXI, fala-se da economia digital. Como é que vamos colocar a mulher nesta economia? Como vamos transformar este estigma, o rosto da pobreza é o rosto de uma mulher. E a mulher não é como nos impingiram, não é apenas o rosto da pobreza”, declarou.
As Nações Unidas estimaram em 2021 que em Moçambique, o número de pessoas em situação de vulnerabilidade supera os 70% da população. São mais de 22 milhões de pessoas em dificuldades e destes 63% vivem abaixo da linha de pobreza.
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