O Alto Comissário do Ruanda em Moçambique, Donat Ndamage, negou neste sábado (13), que o acordo de extradição assinado entre os dois países tenha por objectivo a perseguição de opositores políticos do presidente Paul Kagame.
Falando durante a cerimónia de homenagem aos 30 anos do genocídio no Ruanda, o diplomata ruandês frisou que o acordo será importante para prender e julgar criminosos incluindo aqueles que tenham participado no genocídio de 1994 e que estejam refugiados em Moçambique.
“Alguns países começaram a processar aqueles que cometeram o genocídio no Ruanda e encorajamos todos os países a fazerem o mesmo para que as pessoas que estão escondidas nesses países também sejam processadas. Usando esse quadro, esse instrumento legal de possibilidade de extradição dos ruandeses que estão escondidos em Moçambique, isso seria uma vantagem”, disse Donat Ndamage, citado pela RFI.
Contra os temores de alguns segmentos da sociedade moçambicana e de ruandeses que vivem em Moçambique, o diplomata nega que este acordo de extradição seja usado como instrumento para a perseguição dos opositores políticos do presidente Paul Kagame.
“O problema não é procurar aqueles que são opositores do Governo do Ruanda. O acordo é sobre aqueles que cometeram crimes e se esconderam em Moçambique ou sobre os moçambicanos que podem-se esconder em Ruanda, portanto não se trata da oposição”, defendeu Ndamage.
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