O governo garante que pretende preservar o funcionamento do projecto de extracção e exportação de carvão em Moatize, província de Tete, assim que se consumar a saída da multinacional brasileira Vale.
O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, garantiu que o Governo tem estado a acompanhar o processo, assegurando que não seja posta em causa a continuidade das operações do empreendimento mineiro de carvão em Moatize nem do corredor de Nacala.
Segundo o ministro, que falava recentemente em Maputo, estão na fase conclusiva as negociações entre a Vale e a empresa japonesa Mitsui, detentora de participações no projecto, no sentido de se alcançar um acordo de transferência de interesses da empresa japonesa para a Vale, para depois a mineradora brasileira vender todo o projecto de extracção de carvão à uma nova entidade.
A Vale e a Mitsui “executaram um acordo definitivo sobre a transferência de interesses” da empresa japonesa para a brasileira, que por sua vez deverá vender todo o projecto de extração e exportação de carvão a uma nova entidade. A transação entre Vale e a Mitsui “deverá estar concluída ao longo de 2021, na sequência do cumprimento de condições preliminares, incluindo as aprovações das autoridades reguladoras competentes”.
Moçambique encontra-se entre os 10 maiores produtores do carvão mineral do mundo. Em Tete, foram descobertas grandes jazidas de carvão metalúrgico e térmico.
O carvão é um dos principais recursos naturais do país e é concentrado na província de Tete no interior do país. Empresas como Vale, Rio Tinto, Jindal e Minas de Moatize exploram este recurso mineral.
A Vale emprega cerca de 8 mil pessoas, perto de 3 mil trabalhadores próprios e os restantes subcontratados, sendo que o carvão é actualmente um dos principais produtos de exportação do país, destinado sobretudo à Ásia. Antes de vender todo o empreendimento, a Vale está a realizar investimentos com os quais espera alcançar uma retoma de produção, atingindo 15 milhões de toneladas de carvão em 2021 – após 5,1 milhões de toneladas em 2020. Ao longo de 10 anos de operação em Moçambique, só em dois (2017 e 2018) é que a empresa teve lucro no país.
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