O Governo moçambicano assegura estar a trabalhar para o esclarecimento do caso que envolve a morte de três agentes de educação cívica eleitoral.
Segundo o Executivo, serão tomadas medidas “pertinentes” no caso em que paramilitares tradicionais – Naparamas – são suspeitos da morte de três elementos do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), encarregues da educação cívica eleitoral em Cabo Delgado.
A garantia foi dada nesta terça-feira (12), por Filimão Suaze, porta-voz do do Conselho de Ministros, após uma sessão ordinária.
“O Governo tem consciência e conhecimento da circulação dessa informação. O Ministério que superintende a área da ordem pública e segurança está no terreno, através de várias equipas para compreender o que se terá passado e tomar as acções pertinentes para que não se voltem a repetir”, garantiu o porta-voz, citado pela RFI.
Recorde-se que o incidente ocorreu em Katapua no distrito de Chiúre onde os agentes de educação cívica eleitoral foram interpelados pelos Naparamas, uma força paramilitar que auxilia as tropas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Os três agentes de educação cívica trabalhavam na sensibilização da população, em preparação da campanha de recenseamento eleitoral que decorre de 15 de Março a 28 de Abril, rumo às eleições gerais marcadas para o dia 09 de Outubro. Apesar das justificações, os agentes teriam sido confundidos com terroristas e foram espancados até a morte.
Nesta terça-feira, o Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD) tinha pedido a condenação desta força paramilitar.
Os Naparamas são paramilitares moçambicanos que surgiram na década de 80, durante a guerra civil, aliando conhecimentos tradicionais e elementos místicos no combate aos inimigos, actuando em comunidade.
Nas últimas semanas, província de Cabo Delgado tem estado a registar novas movimentações e ataques de grupos rebeldes, limitando a circulação para alguns pontos nas poucas estradas asfaltadas que dão acesso a vários distritos.
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