Governo não recebeu o relatório independente da TotalEnergies

O Ministro da Defesa, Cristóvão Chume, disse, na segunda-feira (26), que o Governo ainda não recebeu o relatório independente da TotalEnegries sobre a situação humanitária e de segurança em Cabo Delgado.

“A Total ainda não partilhou com o Governo o relatório. Como sabem, a Total contratou um consultor. O consultor produziu o relatório ao seu patrão que é a Total. Achamos que a Total está a fazer alguma análise sobre o documento e eventualmente vai partilhar com o Governo de Moçambique”, disse Chume, citado pela STV.

Ele referiu igualmente que foi através da imprensa que soube do conteúdo do relatório, entre os quais a recomendação para a petrolífera francesa desvincular-se das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique na região onde tem suas operações. Notou que a mesma difere da interpretação dada pelos media.

“O que está a dizer o relatório é que a relação formal de apoio directo às Forças de Defesa e Segurança, no âmbito de princípios de governação dessas empresas multinacionais, não é aceitável. Ok? Porque pode ser interpretado como estando a fazer parte do conflito, por tomar partido de um dos lados do conflito. É que, a Total está inibida de poder apoiar às Forças Armadas com algum apoio logístico porque ela pode ser tida como parte do conflito. É essa relação que deve ser cortada e que nós não vimos nenhum problema em isso acontecer. Ok?”, explicou.

O ministro, que falava em conferência de imprensa, frisou que cabe primeiramente ao Estado moçambicano garantir a soberania do seu povo e, quando necessário, escolher parceiros de apoio.

“Nunca a Total ou o Ruanda e nenhum outro país  pediu ao Governo de Moçambique para deixar de cumprir a sua missão de proteger as populações dos distritos de Mocímboa da Praia, de Palma, que vivem em Afungi, e os investimentos nessas zonas para que sejam outras forças a realizá-las. Essa missão é soberana, do Governo de Moçambique, e das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, primariamente, e, sempre que for requerido, com o apoio de quem quisermos. Nunca sentimos pressão por parte de nenhuma companhia em necessidade de nossa alteração. Nós é que decidimos como, onde e com quem fazer a segurança da República de Moçambique”, frisou o ministro.

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