O Governo decidiu manter o preço de referência da castanha de caju em 45 meticais o quilo, para a campanha de comercialização de 2025/26. A decisão foi anunciada esta sexta-feira (10), em Maputo, pelo director-geral do Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM), Ilídio Bande, no encerramento da primeira sessão do Comité de Amêndoas.
A decisão, segundo o governante, resulta da análise das condições actuais do mercado nacional e internacional, bem como dos custos de produção apresentados pelos produtores.
“Vimos que as condições do mercado internacional são de uma grande oferta da castanha, o que provavelmente pode trazer preços mais baixos, por outro lado, também vimos os custos de produção que foram apresentados aqui pelos produtores, sobre os quais se aplica, à luz do Decreto n.º 78/2018, uma margem de lucro de 15% para que o produtor se sinta estimulado a produzir e a pautar por boas práticas”, explicou Bande.
Citado pela AIM, o dirigente reconheceu que o contexto actual do mercado é desafiante, mas sublinhou que o regulamento que orienta o sector permite a revisão do preço de referência sempre que necessário.
“O mesmo regulamento preconiza que, se houver um aumento ou decréscimo de 10%, o comité pode reunir-se e decidir um novo preço. Sendo assim, é hora de propor que mantivéssemos o preço de 45 meticais e, depois, vamos ao mercado verificar na prática o que acontece”, explicou, salientando que o instrumento legal que orienta o sector possibilita ajustes ao preço de referência em função das condições reais do mercado.
Na ocasião, o Secretário de Estado do Mar e das Pescas, Momed Juízo, confirmou a deliberação e apelou à monitoria contínua do mercado. “Depois de ponderados todos os aspectos levantados pelos produtores e por outros intervenientes da cadeia de valor, a posição que se mantém é a de conservar o preço de referência em 45 meticais. O comité poderá voltar a reunir-se caso o mercado apresente variações significativas”, declarou.
Juízo reiterou que o valor definido é apenas de referência, conforme previsto na legislação vigente, e poderá ser ajustado em função das dinâmicas do sector. “Que fique claro, é um preço de referência, como foi explicado aqui por vários intervenientes”.
A sessão contou com a participação de produtores, exportadores, representantes do Governo e parceiros do sector, que reafirmaram o compromisso de continuar a colaborar na promoção de uma campanha agrícola estável e competitiva.
(Foto DR)


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