A representação sindical do empresariado moçambicano apela ao Governo e à comunicação social para moderar na linguagem racial sobre os raptos que ocorrem no país.
“É uma linguagem que apelamos aos órgãos de comunicação social e à Polícia da República de Moçambique que retire de forma oficial e definitiva, porque os raptados são empresários moçambicanos ou estrangeiros”, disse, Adelino Buque, porta-voz de um encontro entre empresários moçambicanos, em Maputo.
Segundo a Confederação das Associações Económicas-CTA, há maior tendência para normalizar o fenómeno de raptos no seio de cidadãos moçambicanos ou estrangeiros de ascendência indiana.
“Uma das maiores preocupações que a CTA tem não é que muitas vezes quando se fala de raptos, nos órgãos de comunicação social, e no Governo, especialmente, os oficiais de Estado, fala-se de rapto de cidadão empresário de origem indiana. Esse facto, por si só, constitui uma grave discriminação. Significa que os raptos só acontecem aos indianos”, referiu.
Os empresários dizem que o rapto é um fenómeno social ao qual todos os cidadãos estão sujeitos, independentemente da sua origem. Eles sugerem que se analise o fenómeno enquanto um desvio social, e não direccionado a um grupo específico de cidadãos.
“Quando divulgamos essa ideia [exclusivista], por outra palavras, queremos dizer que o rapto não tem nada a ver com a maioria da sociedade”, disse, frisando que se deve escusar de apontar a raça da vítima. “A preocupação deve ser que, de facto, ocorreu um rapto”.
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