Google avança na luta contra super poluentes com novas parcerias globais

Google avança na luta contra super poluentes com novas parcerias globais

A Google anunciou duas novas parcerias estratégicas para eliminar super poluentes da atmosfera — gases que, apesar de sua curta duração, são dezenas de vezes mais potentes do que o dióxido de carbono (CO2) no agravamento do aquecimento global.

Os acordos, firmados com a Recoolit e Cool Effect, envolvem a aquisição de créditos de carbono de longo prazo, com impacto estimado equivalente à remoção de 1 milhão de toneladas de CO2.

Segundo uma publicação do jornal Negócios, trata-se de um esforço alinhado com os alertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que identifica os super poluentes como responsáveis por quase metade do aquecimento global até hoje. A sua eliminação representa uma das formas mais eficazes de mitigação das alterações climáticas no curto prazo.

“Destruir esses poluentes é uma das alavancas mais poderosas disponíveis hoje para desacelerar as mudanças climáticas no curto prazo. É por isso que estamos a apoiar dois parceiros que adotam abordagens distintas, mas complementares, para a destruição verificável e adicional desses poluentes”, afirma Randy Spock, líder de Créditos e Remoções de Carbono da Google.

A startup Recoolit, fundada em 2020, desenvolveu uma tecnologia que permite a técnicos de sistemas de refrigeração capturar hidrofluorcarbonetos (HFCs) — gases usados em aparelhos de ar condicionado e frigoríficos, por exemplo — e destruí-los permanentemente. Com o apoio da tecnológica, a empresa pretende multiplicar suas operações por dez e expandir-se para outros países.

“O momento neste sector está a começar a ganhar força. É animador ver que os líderes que impulsionaram a tecnologia de remoção de carbono perceberam que manter o planeta habitável requer tanto remoções duráveis de longo prazo quanto medidas de emergência de curto prazo, como a destruição de refrigerantes”, celebra Louis Potok, CEO e cofundador da Recoolit.

Já a parceria com a organização sem fins lucrativos Cool Effect terá impacto direto no Brasil. Através da colaboração com a empresa local Orizon Valorização de Resíduos, será instalado um sistema de destruição de metano num aterro sanitário em Cuiabá, no Estado do Mato Grosso. Lançada em 2015, a Cool Effect actua como certificadora de projectos de redução de gases de efeito estufa, assegurando sua eficácia científica e financeira.

“Iniciativas como o Ecoparque Pantanal da Orizon são fundamentais. “Em 2022, o IPCC destacou a necessidade urgente de reduzir as emissões de metano em pelo menos 30% até 2030 para evitar os piores impactos. O investimento da Google é um sinal poderoso de que o sector corporativo está a agir, apoiando soluções de alta integridade e base científica”, afirmou o CEO da Cool Effect, Jodi Manning.

Apesar de mais potentes do que o CO2, super poluentes como o metano e os HFCs tendem a permanecer menos tempo na atmosfera. Segundo a Google, o impacto imediato das novas parcerias equivale a remover cerca de 3 milhões de toneladas de CO2, mas, ao longo do tempo, essa contribuição deverá estabilizar-se no equivalente a 1 milhão de toneladas.

 

(Foto DR)

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.