O académico e General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), Joaquim Manjate, recomendou, esta terça-feira (05), em Maputo, o reforço urgente da segurança marítima em Cabo Delgado.
A recomendação é, segundo o militar, para previnir situações de pirataria e sequestro de cargueiros em alto mar decorrentes da exploração de gás na bacia do Rovuma, o que colocaria em causa a economia azul do país.
Joaquim Manjate, que falava na abertura do ano académico no Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC) subordinada ao tema “Segurança Marítima – Desafios para os Transportes, Populações e Ambiente em Moçambique” disse que esse deve ser um assunto prioritário para Moçambique, devido ao aumento do tráfego marinho na costa nacional.
Com efeito, apontou que a universidade, em paralelo com outros actores, tem um papel fundamental na segurança marítima, pois é responsável pelo desenvolvimento de tecnologias e metodologias que aumentam a protecção no mar, como sistemas de monitoria e treinamentos.
“Recomendamos o desenvolvimento de grandes fóruns académicos e empresariais para discutir estratégias sobre o mar, porque esta questão tem de ser debatida no meio académico, uma vez que é mais orientada para esta classe”, afirmou, salientando o papel do Estado em garantir a segurança na exploração dos recursos marinhos.
Na sua perspectiva, as instituições académicas devem realizar pesquisas e estudos que contribuam para a compreensão dos desafios em matéria de segurança marítima e para o desenvolvimento de políticas públicas destinadas a promover a proteção do mar.
O também autor do livro “Geopolítica do canal de Moçambique – o sequestro de VEGA 5”, lançado no mesmo evento, destaca a pertinência de se avançar, muito rapidamente, na protecção do mar, a fim de salvaguardar os interesses nacionais sobre a economia azul.
Citou o sequestro, em 2010, do barco de pesca pertencente à empresa hispano-moçambicana Pescamar, o “Vega 5”, por um grupo de piratas somalis, a 600 milhas da costa de Inhassoro, na província de Inhambane.
“A pirataria mostrou que somos frágeis, porque o “Vega 5” navegou quatro dias em território moçambicano e não pudemos recuperá-lo. É verdade que é uma situação antiga e envolve valores muito elevados para o salvamento, o que de algum modo alicia, mas temos de trabalhar para controlar o fenómeno”, disse.
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