Gemrock pede ao Governo apoio militar especial na zona de exploração de rubi

Gemrock pede ao Governo apoio militar especial na zona de exploração de rubi

A mineradora Gemrock pede ao Governo moçambicano o envio de forças militares especiais para vigiarem a sua área de extracção de rubi. O pedido surge na sequência de um ataque terrorista ocorrido na quinta-feira, num dos seus acampamentos próximos de Montepuez, em Cabo Delgado.

“A Gemrock tem contactado várias autoridades e departamentos do Governo para fornecer o apoio militar em torno do perímetro das suas operações, fornecer forças especiais para proteger o seu pessoal e bens e também tem solicitado à Administração de Cabo Delgado que ajude a trazer de volta as comunidades de volta às suas casas”, lê-se num comunicado da firma publicado pelo Club of Mozambique.

O ataque durou cerca e meia hora e reduziu a cinzas equipamento de maquinaria pesada, veículos, alojamentos e algumas das outras infra-estruturas chave nas operações.

“Os accionistas e a direcção da Gemrock estão bastante preocupados com a situação no terreno e gostariam de solicitar o apoio das autoridades governamentais moçambicanas para trazer a normalidade às operações o mais rapidamente possível”, disse  a empresa.

De acordo com a empresa, os sucessivos ataques colocam em risco a indústria de rubi naquela província e pode desincentivar o progresso sócio-económico local.

“A situação tem sido ainda mais exacerbada pelo facto de as aldeias próximas, que eram uma comunidade em crescimento e tinham um ou mais membros da família empregados na Gemrock, terem desocupado as suas aldeias e estarem a tentar reinstalar-se em áreas que sentem ser mais seguras e que podem nunca mais regressar às suas casas. Isto não só terá impacto em Gemrock como privará estas pessoas do seu rendimento estável e fará com que voltem a viver uma vida que não é do seu interesse e nem do interesse da sociedade em geral”, lê-se.

Na semana passado, o Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) disse que os ataques ameaçam o negócio milionários de rubis, uma vez que as empresas podem rever os seus planos de acção.

Alerta o CDD que o recente ataque a Gemrock “[faz] suar os alarmes em Montepuez, onde mais de dez empresas detêm concessões para a extracção de rubis”. Com efeito, a Montepuez Rubi Mining (MRM), que realiza, pelo menos, dois leiloes de rubi por ano em Singapura, retirou todos os seus trabalhadores das minas e suspendeu suas operações.

No último leilão a MRM vendeu 98 quilos de rubi – mas não terá divulgado o valor arrecadado –, a Fura Mining -que extraiu o rubi mais precioso de Moçambique com 101 quilates – vendeu, no primeiro semestre do ano, 89 quilos de rubi, segundo o CDD.

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