Gaza: Governo de Massingir trava venda de excedentes agrícolas por causa do El-Niño

O distrito de Massingir, na província de Gaza, está em situação de alerta por causa do fenómeno climático El-Niño, cujos efeitos estão previstos para a presente época chuvosa.

A administradora local, Esmeralda Muthemba, citada pela Revista Terra, falou do nível de prontidão para responder ao iminente fenómeno.

“Estamos em situação de alerta máximo. Como sabem, Massingir é um distrito que nos últimos anos sofre muito com as mudanças climáticas, registando quase sempre uma situação de precipitação escassa”, disse a administradora.

A agricultura e pecuária são as faces mais visíveis do impacto do El Niño. Depois de uma época agrícola que, segundo dados da administração do distrito, esteve a um nível superior a 100 toneladas de culturas diversas, com destaque para o milho, as previsões climáticas trazem preocupações para a segurança alimentar nos próximos meses, por isso, Esmeralda Muthemba considera que estão a ser adoptadas medidas de sensibilização das comunidades, para manterem os seus excedentes.

“Estamos a sensibilizar, para que a produção já colhida, principalmente cereais, seja apenas para o consumo e não para venda, precisamente porque a chuva vai escassear”, referiu a administradora.

“Naturalmente, quando chega esta altura, a tendência das comunidades é de vender boa parte dos excedentes que têm, porque sabem que vamos entrar em novas sementeiras e novas colheitas. Mas, por causa desta situação do El Niño, nós estamos a sensibilizar para não fazerem a venda”, frisou.

Apesar das medidas em curso, o governo de Massingir diz haver, pelo menos, cinco comunidades em situação crítica e que merecem muita atenção.

“Parte da população do posto-sede vai sofrer muito com a situação, porque se encontra ao longo da estrada Massingir-Chókwè, onde não corre nenhum rio e a agricultura depende exclusivamente da chuva”.

“Com esta previsão de falta de chuva, estamos a antever que haja muito sofrimento. Mesmo agora, é a população que nos preocupa, porque já começou a sofrer da escassez de alimentos e, para além de comida, nós temos de lhes fornecer água para o consumo, porque só vivem da água da chuva”, destacou.

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