O Gás de cozinha canalizado poderá chegar a metade dos bairros da capital moçambicana até 2030, segundo garantias do Governo. Esta será uma alternativa para o grupo de famílias abrangidas mitigarem os custos elevados de combustíveis, considerou hoje o Director Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis no Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), Moisés Paulino.
“Queremos chegar a mais bairros da cidade de Maputo para que a capital deixe de transportar a botija e tenha o gás canalizado”, disse o responsável depois de uma visita aos bairros da urbe onde o projecto avaliado em 30 milhões de meticais está a ser implementado.
A Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou, a 01 de Julho, a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.
O Governo espera distribuir gás canalizado para 200 famílias, este ano, nos bairros 25 de Junho, Coop e Munhuana, em Maputo, havendo outras 100 casas a usar o gás, desde 2021, no bairro do Aeroporto, usado para a fase piloto do projecto.
“Tenho um ano a usar o gás canalizado e é muito económico porque consigo comprar mediante o valor que tenho disponível”, referiu Luísa Adolfo, dona de casa e residente no Aeroporto.
Luísa conta que a sua botija de gás, que custava cerca de 850 meticais na altura, não durava um mês, mas com o gás canalizado passou a poupar mais e gasta, por mês, 900 meticais.
“O custo de uma botija de gás é maior para o bolso do cidadão comparado ao custo de obtenção a partir deste projecto”, frisou Moisés Paulino, referindo que o gás é pré-pago e que não há um preço definido.
As autoridades garantem haver segurança suficiente para evitar explosões, referindo que o gasoduto é posto no mínimo a 90 centímetros de profundidade e que o sistema corta automaticamente o fornecimento de gás e emite um alerta para a central quando detecta uma fuga ou anomalia nas instalações.
Segundo o responsável do MIREME, o “grande desafio” é a massificação da iniciativa para outras regiões do país para “responder ao aumento do custo de vida”.
De acordo com as autoridades, o projecto foi implementado pela primeira vez em Inhambane, havendo cerca de três mil ligações feitas nos distritos de Inhassoro e Vilanculos.
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