Galp considera que produção de gás na bacia do Rovuma pode arrancar em Junho

O administrador executivo responsável pela Produção e Operações adiantou que a produção de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma, no norte de Moçambique, deverá arrancar em Junho, com as primeiras entregas a acontecerem durante o segundo semestre.

Citado pelo portal português “Eco Online”, Thore E. Kristiansen garantiu durante a conferência telefónica com analistas para apresentar os resultados do primeiro trimestre que o projecto, onde a Galp tem uma participação de 10%, “está a avançar antes do calendário previsto e abaixo do orçamento previsto”. Disse ainda que as condições de segurança estão a melhorar na região, depois dos ataques dos rebeldes do ISIS-Moçambique na região de Cabo Delgado em 2020 e 2021.

A Galp arrancou com o primeiro poço exploratório no bloco 6 em São Tomé e Príncipe a 25 de Abril. Thore E. Kristiansen sublinhou que há muita incerteza sobre as reservas de petróleo existente e uma “elevada probabilidade de falhar”, mas se correr bem o potencial pode ser elevado.

Na Namíbia, onde a Galp é o operador (participação de 80%) do bloco PEL 83, as prospeções realizadas em áreas vizinhas abrem a perspectiva de um potencial de produção de petróleo mais elevado e a petrolífera está a recalcular os seus números.

Sobre a notícia de que a Galp está a avaliar a venda das operações em Angola, o CEO preferiu não fazer qualquer comentário. “Quando tivermos notícias falaremos. Neste momento não temos nada a dizer”.

Limites no preço do gás não põem em causa rentabilidade

O CEO da Galp, Andy Brown abordou o acordo ibérico com a Comissão Europeia para limitar a 50 euros/MWh o preço do gás natural usado no cálculo do custo da energia eléctrica. O CEO da Galp estima que quando o teto estiver em vigor o preço da electricidade vai estar limitado a um intervalo entre os 110 e os 130 MWh e embora isso signifique uma receita menor nas renováveis, não põe em causa a rentabilidade dos projectos.

“Teremos resultados um pouco mais baixos nas renováveis, mas são ainda assim duas a três vezes mais elevados do que assumimos nos projectos”, afirmou Andy Brown. O responsável salientou, no entanto, que o limite no preço da electricidade ajudará os consumidores que são clientes da empresa.

A Galp divulgou esta terça-feira um crescimento de 496% dos lucros no primeiro trimestre, para 155 milhões de euros, impulsionado sobretudo pela produção de petróleo, que beneficiou com a subida do preço da matéria-prima. Os números ficaram, no entanto, abaixo da média das estimativas dos analistas e a acção chegou a cair 5,8% durante esta manhã.

O EBITDA ajustado aumentou 74% para 869 milhões de euros, devido “ao forte desempenho no upstream, apoiado pelo aumento dos preços do petróleo, e desempenho da refinação, na sequência do ambiente internacional favorável”.

Apesar dos preços elevados do petróleo, a Galp manteve a projecção de um EBITDA de 2,7 mil milhões de euros em 2022, um cash-flow operacional de dois mil milhões e um investimento líquido de 100 mil milhões.

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