O Ministro do Interior britânico, Priti Patel, aprovou nesta sexta-feira (17) a extradição do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos para enfrentar acusações criminais, levando a longa saga legal mais perto de uma conclusão.
Assange é intimado pelas autoridades norte-americanas por 18 acusações, incluindo espionagem, relacionadas à divulgação, pelo WikiLeaks, de uma vasta coleção de registos militares confidenciais dos EUA e telegramas diplomáticos que, segundo elas, colocaram vidas em perigo.
Seus apoiadores dizem que ele é um herói anti-establishment que foi perseguido porque expôs as irregularidades dos EUA em conflitos no Afeganistão e no Iraque, e que sua acusação é um ataque politicamente motivado ao jornalismo e à liberdade de expressão.
Hard to believe, but it looks real. Every serious press freedom group in the world has protested this. It is an appalling symbol of how far the British and American governments' commitment to human rights has declined.
How can we condemn authoritarian abuses abroad like this? https://t.co/sgvLRgZtEg
— Edward Snowden (@Snowden) June 17, 2022
Agnes Callamard, secretária geral da Amnistia Internacional, um grupo de direitos mundiais, disse que “permitir que Julian Assange fosse extraditado para os EUA o colocaria em grande risco e enviaria uma mensagem arrepiante aos jornalistas de todo o mundo”.
“Se a extradição prosseguir, a Amnistia Internacional está extremamente preocupada que Assange enfrente um alto risco de prisão solitária prolongada, o que violaria a proibição de tortura ou outros maus-tratos”, disse ela.
“As garantias diplomáticas fornecidas pelos EUA de que Assange não será mantido em solitária não podem ser assumidas pelo valor de face dada a história anterior”.
“Em 17 de Junho, após consideração do Tribunal de Magistrados e do Tribunal Superior, foi ordenada a extradição de Julian Assange para os EUA. Assange mantém o direito normal de apelar à decisão no período de 14 dias”, disse o Ministério do Interior em comunicado.
A decisão de Patel não significa o fim da batalha legal de Assange, nascido na Austrália, que já dura mais de uma década.
O fundador do WikiLeaks pode apelar para o Tribunal Superior de Londres, que deve dar sua aprovação para que uma contestação continue. Em última análise, ele pode tentar levar seu caso à Suprema Corte do Reino Unido. Mas se o recurso for negado, Assange deve ser extraditado em 28 dias. (Aljazeera)
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