Os advogados de Julian Assange apresentaram, hoje, o último recurso judicial no Reino Unido para impedir que o fundador do WikiLeaks seja extraditado para os Estados Unidos para enfrentar acusações de espionagem.

Eles argumentaram que as suas acções expuseram actos criminosos graves por parte das autoridades norte-americanas e que ele poderia enfrentar uma “flagrante negação de justiça” se fosse extraditado, segundo a imprensa internacional.

O próprio Assange, um jornalista autraliano de 52  anos, não esteve presente no tribunal. A juíza Victoria Sharp disse que lhe foi concedida autorização para ir à prisão de Belmarsh, onde se encontra detido há cinco anos, mas que tinha optado por não comparecer. O seu estado de saúde é desconhecido. Stella Assange, que casou com o fundador do WikiLeans na prisão em 2022, disse na semana passada que a sua saúde se deteriorou durante os anos de confinamento e que “se for extraditado, morrerá”.

Assange tem lutado contra a extradição há mais de uma década, incluindo sete anos de auto-exílio na Embaixada do Equador em Londres e os últimos cinco anos na prisão de alta segurança nos arredores da capital britânica.

Assange foi acusado de 17 crimes de espionagem e um crime de uso indevido de computador devido à publicação de documentos confidenciais dos EUA no seu portal. Os procuradores americanos afirmam que Assange ajudou a analista dos serviços secretos do exército americano Chelsea Manning a roubar documentos diplomáticos e dossiers militares que a WikiLeaks publicou mais tarde, pondo vidas em risco.

Se os juízes decidirem contra Assange, ele pode pedir ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que suspenda a sua extradição – embora os seus apoiantes receiem que ele possa ser colocado num avião para os EUA antes de isso acontecer, porque o governo britânico já assinou uma ordem de extradição.