O actual Presidente da República e do partido Frelimo, Filipe Nyusi, e o Presidente do maior partido da oposição, Ossufo Momade, confirmam negociatas de divisão do poder entre os dois partidos depois da divulgação de resultados eleitorais fraudulentos, revela o Centro de Integridade Pública (CIP).
Através do seu Boletim de Eleições, a instituição refere que o líder da Renamo foi o primeiro a revelar as negociações, ainda na primeira semana de campanha eleitoral, no dia 07 de Setembro, na província da Cabo Delgado.
“Quando vamos às eleições, eles provocam fraudes, e desta vez, este ano de 2024, se eles provocarem fraude, não vão fazer acordo comigo, terão que fazer acordo com a população moçambicana. Desta vez não vou aceitar fraude porque nós não nascemos para estar na oposição, também queremos governar”, disse Ossufo Momade, citado pelo CIP.
O organismo da sociedade civil entende que esses pronunciamentos de Momade revelam que a Frelimo e a Renamo negociam, às escondidas, os resultados eleitorais.
“Negociar Vilankulo não vamos deixar mais. Inhambane não vai negociar poder”, disse Nyusi, em um encontro em Vilankulo, na semana passada.
As declarações dos dois presidentes são confissões do que já se vinha suspeitando de que a Renamo e a Frelimo negoceiam o acesso ao poder. Ou seja, a Frelimo recorre à fraude para ganhar as eleições e obriga a Renamo a negociar a atribuição de algumas autarquias, lê-se no Boletim.
Nas eleições autárquicas passadas, a Frelimo recorreu à fraude para ganhar vários municípios que havia perdido. De entre eles salientam-se os seguintes: Cidade de Maputo, Matola, Massinga, Vilankulo, Marromeu, Gurué, Quelimane, Alto Molócuè, Nampula, Cuamba e Chiure. A Renamo contestou, sendo forçada a negociar secretamente a devolução de alguns. Da negociação resultou a devolução à Renamo das autarquias de Vilankulo, Quelimane, Alto Molócuè e Chiure.
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