O Fundo Monetário Internacional (FMI) procura reunir o Grupo dos 20 países em torno de um novo esforço para ajudar os países pobres a reduzir o peso da dívida, evitar incumprimentos e estabilizar as suas economias.
Embora o plano esteja numa fase inicial, poderá incluir a reestruturação dos empréstimos existentes, trocas de dívida e garantias de crédito que ajudariam a baixar os custos, disse Ceyla Pazarbasioglu – chefe do Departamento de Estratégia, Política e Análise do FMI, ton, na quarta-feira, depois de reunião em Washington.
A ideia geral é fornecer aos países “um conjunto de opções e nós podemos decidir em conjunto com eles o que lhes é mais adequado”, disse. “Um modelo único não serve para todos”.
A iniciativa do FMI surge numa altura em que vários países emergentes e em desenvolvimento, em particular em África e no Sul da Ásia, continuam a debater-se com dívidas acumuladas antes da pandemia e exacerbadas nos últimos anos devido ao aumento dos custos dos empréstimos.
O actual mecanismo do G-20, conhecido como Quadro Comum, tem como finalidade lidar com as consequências dos incumprimentos, em vez de os evitar. Tem sido prejudicado por divergências entre os credores, incluindo a China – um dos principais credores das economias dos mercados emergentes nos anos pré-pandémicos – e os detentores de obrigações privadas.
A dívida dos 30 países emergentes analisados pelo Instituto Internacional de Finanças ascendia a 28,4 mil milhões de dólares no primeiro trimestre deste ano, contra cerca de 11 mil milhões de dólares no mesmo período de 2014. Algumas estimativas apontam para um custo anual do serviço da dívida para os países pobres superior a 400 mil milhões de dólares.
Para além dos países que já entraram em incumprimento nos últimos anos, como a Zâmbia, o Gana ou o Sri Lanka, há outros que se debatem com elevados custos do serviço da dívida e um crescimento lento, em parte devido às cicatrizes económicas relacionadas com a Covid.
“Este é o principal problema neste momento”, afirmou Pazarbasioglu. A questão “vai ser muito debatida” quando os ministros das finanças e os governadores dos bancos centrais do G-20 se reunirem na próxima semana no Brasil, onde o país anfitrião colocou uma forte tónica na desigualdade. (Bloomberg)
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