O Fundo Monetário Internacional (FMI) critica a falta de acção por parte dos governos internacionais em cumprir com os objectivos ambientais.
Após “décadas de procrastinação em políticas climáticas” tornou-se claro para a entidade que é “cada vez mais urgente agir agora”, alertando que as emissões de gases com efeito estufa (GEE) têm que ser cortadas em 25% até 2030 para cumprir com os objectivos do Acordo de Paris.
Numa análise aos impactos da descarbonização a nível macroeconómico, o FMI sublinha que para limitar a temperatura média global em 1,5 ºC, tal como define o Acordo de Paris, assinado em 2015, serão necessários “esforços sem precedentes” que representariam “uma séria aceleração” dos compromissos em relação à década anterior. E, numa altura em que o bloco europeu atravessa uma crise energética, motivada pela guerra na Ucrânia, o FMI argumenta ser a oportunidade ideal para acelerar a transição energética.
Quanto custará a transição? “Depende, em grande parte, da rapidez com que a geração de electricidade pode ser descarbonizada”, responde o FMI. “Quanto mais difícil for a transição para electricidade limpa, maiores serão os custos macroeconómicos em termos de crescimento [do PIB] e inflação”, explica a entidade.
Ainda assim, “essas despesas são geríveis” e “facilmente ofuscadas pelos inúmeros benefícios a longo prazo”, seja a nível da produção, estabilidade financeira ou na saúde, diz a entidade. Segundo o FMI, dependendo do ritmo a que a geração de energia possa ter origem em tecnologias de baixo carbono, os custos da descarbonização podem pesar entre 0,15 e 0,25 pontos percentuais no crescimento do Produto Interno Bruto. Cumulativamente, acrescentaria entre 0,1 e 0,4 pontos percentuais, anualmente, à inflação.
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