O Fundo Monetário internacional (FMI) disse que o franco acesso a vacinas está a prejudicar a recuperação económica na África-subsaariana e que a região vai ficar anos atrás das nações desenvolvidas.
O relatório do FMI prevê que essa região do continente cresça 3,7% este ano e 3,8% em 2022, Refere a Reuters. O Fundo constatou que o aumento dos preços das commodities e safras favoráveis beneficiaram alguns países, embora o quadro geral seja perigoso.
As taxas de crescimento projectadas para 2021 da África-subsaariana significam que a região já sofreu a “recuperação mais lenta do mundo”.
“A perspectiva permanece extremamente incerta e os riscos tendem para o lado negativo”, lê-se. O documento alerta para o facto de muita coisa ainda estar dependente do percurso da pandemia e das vacinas. Mais ainda, as interrupções na actividade global e nos mercados financeiros também podem inviabilizar a almejada recuperação.
O documento prevê que a África do Sul deverá crescer em 5,0% este ano antes de uma desaceleração para 2,2% em 2022. Os preços mais altos do petróleo devem ajudar a expansão da Nigéria em 2,6% este ano, com taxas permanecendo nesse nível no futuro previsível.
A economia angolana vai contrair 0,7% em 2021, mas a sua recessão de seis anos deve estagnar-se no próximo ano, quando voltar a crescer 2,4%, embora seja mais lento do que anteriormente previsto devido à queda dos investimentos e problemas técnicos no sector petrolífero.
O relatório do FMI conclui que “os caminhos divergentes de recuperação da África Subsaariana e do resto do mundo podem se transformar em falhas permanentes, colocando em risco décadas de progresso conquistado com dificuldade”, olhando para o facto de a região não ter assistência técnica e financeira externa.