O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou na sexta-feira um pacote de 548 milhões de euros, em direitos de saque especiais, que serão destinados a países em desenvolvimentos, cuja a recuperação económica e o plano de vacinação estejam atrasados, em comparação com a média mundial.
“Esta é uma vacina a ser aplicada no braço de um mundo inteiro”, comentou hoje Kristalina Georgieva, secretária do FMI, num comunicado enviado às redações.
A adopção desta medida só foi possível graças a Janet Yellen. A secretário de Estado do Tesouro dos EUA, reverteu a posição dos EUA, sobre este assunto, e numa direção completamente oposta da administração Trump, defendeu a necessidade da aprovação deste plano. “Os países mais pobres precisam mais dos direitos de saque especiais do que os mais ricos”.
Os direitos de saque especiais (SDR, a sigla em inglês) são ferramentas monetárias, criadas pelo FMI em 1969. Cada país contribui com a sua moeda para esta reserva. Estes ativos podem ser trocados por moedas consideradas “fortes”, como o Euro, a Libra ou o Dólar. Até então os maiores contribuintes desta reserva recebiam a maior fatia destes direitos.
Para além disto, o FMI tem vindo a defender que os países mais ricos possam canalizar algumas das verbas que vão receber para os países em maiores dificuldades, nomeadamente os africanos, que estão em situação particularmente vulnerável devido aos impactos económicos e sanitários da pandemia de Covid-19.
Esta ajuda pode ser feita com os instrumentos actuais, nomeadamente o Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento, que permite a disponibilização de empréstimos sem juros, mas o modelo só se aplica aos países considerados de baixo rendimento, e o FMI quer alargar o modelo às economias dos pequenos arquipélagos e aos países de rendimento médio e baixo.