Fiscal eleitoral da RENAMO denuncia agressão pela polícia e outras irregularidades

Fiscal eleitoral da RENAMO denuncia agressão pela polícia e outras irregularidades

Um fiscal eleitoral da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) denunciou, hoje, ter sido “brutalmente espancado” por agentes da polícia ao tentar impedir a inscrição irregular de pessoas de fora do raio autárquico num posto de recenseamento no centro de Moçambique.

Augusto Macorreia contou que foi “arrastado no chão” para fora do posto de recenseamento e “espancado” por dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) quando tentava impedir a inscrição de várias pessoas que não pertencem às áreas que vão ter eleições autárquicas e que, ainda assim, pretendiam recensear-se em Chimoio, centro de Moçambique.

A vítima diz que sofreu escoriações na perna e na zona da cintura.

“Estão a recensear pessoas de Marera e Macate, de fora deste raio autárquico de Chimoio”, denunciou Augusto Macorreia, fiscal num posto de recenseamento no bairro 7 de Abril, realçando que, ao exigir a fiabilidade do processo eleitoral, foi surpreendido pelo uso de força excessiva dos agentes, que garantem segurança ao processo.

Ainda segundo a vítima, os agentes da Polícia orientam as filas para o recenseamento e “obrigam os fiscais a não exigirem nada” de documentação prevista no processo, violando a lei eleitoral, que “estabelece que os agentes devem ficar a 300 metros de distância” do posto.

Mateus Mindu, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, disse que o caso não foi reportado às autoridades.

O recenseamento para as sextas eleições autárquicas de 11 de Outubro começou na quinta-feira em todo o país, com a meta de registar quase 10 milhões de eleitores em 65 distritos com autarquias, segundo dados do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.

Na quinta-feira (20), António Mulima, delegado político provincial da Renamo em Manica, denunciou a transferência arbitrária de 13 funcionários públicos e membros do partido.

O responsável disse que as “transferências penalizadoras” para áreas remotas afectaram, sobretudo, professores dos distritos de Machaze, Sussundenga, Mossurize, Gondola e Vanduzi, zonas com forte influência política da oposição.

“Os membros da Renamo que estiveram nos órgãos eleitorais, de 2018 e 2019, bem como os que se evidenciaram nos trabalhos do partido Renamo, foram ou são as vítimas dessa desonesta transferência”, anotou António Mulima, frisando que foi iniciado um processo administrativo para tentar a devolução dos funcionários. (Sapo)

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