A aprovação de um empréstimo de 4,7 mil milhões de dólares para o empreendimento de gás natural liquefeito (GNL) da TotalEnergies em Moçambique, se confirmada, vai melhorar as perspectivas para a retoma do enorme projecto, que poderá ter múltiplos benefícios positivos para Moçambique a médio prazo, refere a Fitch Ratings.

Segundo uma publicação da agência de notação financeira Fitch Ratings, a que o MZNews teve acesso, a questão do terrorismo em Cabo Delgado continua a representar um grande  risco para a retoma do projecto GNL.

“Acreditamos que a insegurança continuará a representar riscos significativos para a conclusão do desenvolvimento”, refere a Fitch.

Segundo a mesma publicação, o ministro da Energia, Estevão Pale, revelou há dias que o conselho de administração do Exim Bank votou pela aprovação do projecto, de acordo com relatos da comunicação social, embora o banco ainda não o tenha confirmado. “Se for verdade, isso confirmaria a visão que expressamos quando elegemos a notação de Moçambique para ‘CCC’, de ‘CCC+’, em Fevereiro de 2025, de que as perspectivas de financiamento do Exim Bank poderiam melhorar sob a nova administração dos EUA”, lê-se na página da agência.

“Nossa suposição básica continua sendo que o trabalho no projecto TotalEnergies LNG será retomado em 2025, assim que a força maior que está em vigor desde 2021”, acrescenta, lembrando que a TotalEnergies disse em Janeiro, que o projecto não estaria operacional até 2029, “mas acreditamos que uma rápida retomada do projecto poderia permitir que parte da produção e exportação começasse por volta de 2030”.

Para Fitch, o desenvolvimento bem-sucedido do projecto poderá impulsionar o crescimento económico e proporcionar um apoio importante às receitas de exportação e fiscais de Moçambique.

Adicionalmente, a retomada da construção do projecto de GNL da TotalEnergies pode facilitar uma Decisão Final de Investimento do projecto de GNL da ExxonMobil avaliado em 30 mil milhões de dólares. “Este projecto seria parcialmente onshore e contribuiria para o crescimento económico durante sua fase de construção. A capacidade de produção deste projecto poderá ser a maior até ao momento em Moçambique, com uma capacidade total de 18 milhões de toneladas por ano (mtpa), contra 12,9 mtpa do projecto TotalEnergies”, concluiu.

(Foto DR)