O Presidente da República pediu esta quarta-feira ponderação e diálogo aos professores, referindo que “confusões e gritarias” não resolvem o problema, dois dias depois de os profissionais marcharem pelo pagamento de horas extraordinárias em Maputo.
Falando durante a cerimónia de abertura do ano lectivo 2024, no distrito de Dondo, em Sofala, centro do País, Filipe Nyusi, afirmou que em momentos difíceis e emocionais há que sempre optar pelo diálogo laboral, por isso, “temos de fazer valer a nossa posição profissional, de educadores e com capacidades de falar, sem que esta postura que estou a sugerir signifique permitir injustiças no seio dos professores”
“Gostaria de pedir, mais uma vez, a sua maior ponderação”, salientou o estadista moçambicano, citado numa notícia publicada pelo Correio da Manhã.
Na verdade, o arranque do ano lectivo ocorre num momento em que se multiplicam manifestações de professores, que reclamam o pagamento de horas extraordinárias e melhores condições de trabalho, ameaçando não assumir turmas extras neste ano.
Os professores também querem que o Executivo crie condições para acabar com a sobrelotação das salas de aulas, ameaçando impedir que mais de 50 alunos entrem numa única turma, como é frequente no País.
Na segunda-feira, dezenas de professores dos ensinos primário e secundário marcharam na cidade de Maputo exigindo uma solução para o problema, depois de, em princípios deste mês, um outro grupo dos profissionais ter realizado uma marcha na cidade da Matola, queixando-se dos mesmos problemas.
Para Nyusi, “confusões e gritarias” não vão “de nenhuma forma” resolver a situação dos professores, apelando, por isso, ao diálogo e bom senso por parte dos profissionais.
“O diálogo, a ponderação irá evitar a descontinuidade do processo de aprendizagem devido a constantes ameaças de paralisação de aulas”, acrescentou o governante, agradecendo a “postura profissional que tem sido demonstrada pelos professores”, não obstante as manifestações realizadas.
A abertura do ano lectivo foi feita no posto administrativo de Mafambisse, coincidindo com a inauguração da maior escola secundária do País, um projecto financiado na totalidade pela fundação de princípios budistas Tzu Chi.
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