O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou que os militares do exército ruandês que se encontram a apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique no combate ao terrorismo, na província de Cabo Delgado, norte do país, gozam de muita simpatia e confiança junto as populações locais.
Falando ontem (12), em conferência de imprensa, em Kigali, que marcou o fim de uma visita de trabalho de dois dias ao Ruanda, onde participou no domingo, na investidura do Presidente Paul Kagame, o chefe do Estado moçambicano explicou que esta afinidade se deve ao facto de as tropas ruandesas passarem vários momentos junto às populações, tais como momentos de alegria e dor e, “por isso mesmo, acabam conseguindo obter muitas informações relevantes”.
“Isso é por causa da credibilidade e da sua aceitação junto às comunidades. Por isso, para o Governo é uma cooperação positiva e modelo”, salientou Nyusi, acrescentando que “uma coisa boa que existe em relação à força do Ruanda é o facto de eles terem um contacto saudável com as comunidades”.
Citado pela AIM, o estadista moçambicano avançou que o Governo está a usar métodos híbridos no combate ao terrorismo, bilateral no caso concreto do Ruanda, e multilateral com a Força Militar da SADC para Moçambique (SAMIM), cujo mandato expirou em Julho último.
Mais adiante, Nyusi referiu que com a saída da SAMIM houve a necessidade de se reforçar a presença das tropas ruandesas em número e meios. “A medida é extensiva às FDS que se reforçaram bastante”, enfatizou.
A província de Cabo Delgado enfrenta ataques terroristas há mais de seis anos, que levaram a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projectos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados no início do ano, levando entidades estrangeiras a restringirem as viagens para aquele ponto do país.
(Foto DR)
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