Dados do Inquérito sobre o Orçamento Familiar (IOF), divulgado nesta quarta-feira em Maputo pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, em 2022, cada família moçambicana gastou em média, por mês, 8.661 meticais, o que significa um aumento de 6,8% face a 2020.

Segundo o inquérito, este desempenho foi influenciado essencialmente pelos agregados familiares que vivem no meio rural, que passaram de uma despesa média mensal de 5.741 meticais, em 2019/2020, para 6.680 meticais, em 2022.

O IOF revela, igualmente, que a despesa média mensal por cada agregado familiar que vive na área urbana manteve-se praticamente inalterada, em pouco mais de 12.500 meticais.

Em termos nacionais, os dados apontam que a província de Cabo Delgado, afectada nos últimos cinco anos por ataques terroristas que provocaram mais de um milhão de deslocados, foi a que teve a despesa média mensal por família mais baixa, equivalente a 5.213 meticais (74,40 euros), enquanto as das províncias de Maputo, Manica, Sofala, bem como da capital, Maputo, gastaram “acima da média nacional”.

Entretanto, apesar de liderar destacada, as despesas médias mensais de cada agregado familiar da cidade de Maputo continuam em queda, segundo o indicador IOF, passando de 25.912 meticais, em 2015, para 19.664 meticais, em 2020, e para 17.076 meticais, no ano passado.

Em termos de média nacional, a despesa que mais peso teve em cada família moçambicana foi relativa a produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, com 3.358 meticais por mês, seguida da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, com 1.489 meticais mensais, e os transportes, com 980 meticais.

A nível nacional, os dados mostram ainda que, de um modo geral, a estrutura das receitas manteve-se entre 2020 e 2022, sendo a principal fonte de receita dos agregados familiares os respectivos salários (36,4%), seguida do valor do auto-consumo (25,1%) e das vendas de produtos produzidos pela família (20,4%).