A família do Presidente Emérito de Angola, José Eduardo dos Santos, poderá autorizar, esta quarta-feira, que se desliguem as máquinas que o mantêm vivo, de acordo com a imprensa internacional.
José Eduardo dos Santos está internado numa clínica em Barcelona, há cinco dias, e encontra-se em coma depois de ter sofrido uma queda e já depois de ter recuperado de uma infecção de covid-19.
“A situação está a ser acompanhada de perto por Angola ao mais alto nível”, escreve o portal DW citando uma fonte próxima ao caso.
A esposa, Ana Paula dos Santos, a irmã Marta Sousa dos Santos, e alguns filhos deverão reunir-se às 13horas de hoje, na cidade de Barcelona, Espanha, onde está internado “Zé Du”, como é tratado o ex-Presidente no seu país, escreve o Club-K.
“A família será detalhadamente comunicada a cerca do relatório da ressonância magnética que dá conta de uma morte encefálica havendo necessidade de desligar as máquinas por questões ético profissionais”, lê-se no portal.
Uma cópia de um relatório médico sobre a saúde de José Eduardo dos Santos foi encaminhada para o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, tendo em conta que José Eduardo dos Santos é uma figura de Estado tutelado pela Presidência da República.
O relatório não especifica claramente sobre o que se pode clinicamente considerar por “morte cerebral”, porém, indica que o paciente está num quadro irreversível que na apreciação dos especialistas não é recomendável mais investimentos.
Na possibilidade de a família rejeitar a recomendação médica (de se desligar as máquinas), há previsões de que os mesmos possam propor ou decidir o pagamento entre sete e oito mil euros por dia nos cuidados intensivos para uma situação sem retorno, mas que pode vir a ser recusada pela equipa médica invocando questões éticas e deontológicas.
No entanto, essa possibilidade não é consensual no seio da família do ex-Presidente. A sua filha, Welwitschea José dos Santos, mais conhecida por “Tchizé dos Santos”, descorda da realização desse procedimento, tendo afirmado que “não vai permitir que desliguem as máquinas”.
“Eu, como filha, nunca irei permitir que desliguem as máquinas de um pai vivo, que tem o coração a bater normalmente, um coração que está bom, não teve ataque cardíaco, não teve AVC”, afirma a empresária e antiga deputada do MPLA.
Num áudio posto a circular nas redes socias, Tchizé dos Santos acusou o actual executivo angolano, liderado por João Lourenço, de estar a fazer uma gestão política do caso.
Acusou ainda João Lourenço de querer retirar dividendos políticos, “para aparecer em grande e meterem bandeiras do MPLA em cima do caixão” de José Eduardo dos Santos.
As autoridades angolanas estarão já a preparar-se para organizar os preparativos do funeral, escreve a SIC, citando o correspondente do Expresso em Angola. A mesma fonte diz que as filhas do ex-Presidente angolano não querem que se realize em Luanda.
O Ministro das Relações Exteriores de Angola segue hoje para Barcelona onde vai acompanhar o estado de saúde do ex-presidente.
“A situação clínica agravou-se e o senhor Ministro foi enviado para Barcelona pelo Presidente” João Lourenço, que se encontra em Lisboa, para participar na Cimeira dos Oceanos, disse fonte oficial da diplomacia angolana.
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