“Falta de fundos põe em causa as garantias da desmilitarização”, diz chefe da Renamo

“Falta de fundos põe em causa as garantias da desmilitarização”, diz chefe da Renamo

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, disse, ontem, segunda-feira (26), que os sucessivos anúncios do Governo sobre a falta de fundos e a insustentabilidade de pensões para os seus combatentes põem em causa as garantias dadas durante todo o processo de implementação do processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR).

Momade pronunciou-se nesses termos depois de, na semana passada, o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter responsabilizado a Renamo pelo atraso na conclusão do DDR.

“O processo do DDR devia ter sido encerrado no dia 19 de Dezembro e, infelizmente, não aconteceu por causa dos sistemáticos incumprimentos dos outros intervenientes”, disse Ossufo Momade, em declarações à comunicação social a partir da cidade de Nampula, norte do país.

Em causa está o adiamento do encerramento da base central do braço armado do partido na serra da Gorongosa, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) previsto no acordo de paz assinado com o Governo em 2019.

Entre as reclamações do principal partido de oposição em Moçambique destacam-se os atrasos nas pensões que deviam ser pagas aos guerrilheiros desmobilizados, um problema ao qual o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique e presidente do grupo de contacto nas negociações, Mirko Manzoni, tinha alertado há uma semana.

“Ficamos cada vez mais preocupados com alegada falta de fundos e alegada insustentabilidade de pensões para os nossos combatentes”, frisou o presidente da Renamo, citado pela Lusa.

Na terça-feira, o chefe de Estado moçambicano defendeu que é necessário que se estudem mecanismos para garantir a sustentabilidade das pensões dos guerrilheiros da Renamo.

“Estamos a estudar uma forma sustentável de instituir pensões para este grupo de moçambicanos, para que os nossos conterrâneos possam ser integrados na sociedade de forma digna e produtiva”, declarou Filipe Nyusi, no seu discurso anual sobre o estado da nação no parlamento.

O processo de DDR faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de Agosto de 2019 entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade.

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