Cerca de nove mil fabricantes de tijolos de Moatize, na província de Tete, estão a reivindicar junto da mineradora Vulcan, indemnizações na ordem de 185 mil meticais para cada oleiro, o que perfaz mais de mil milhões de meticais, alegadamente porque praticavam esta actividade na área concessionada.
A Vulcan recusa-se a pagar este montante, justificando que todos pendentes que existiam sobre a olaria foram atendidos no memorando de entendimento de 2019, e ficou acordado que não havia nenhum outro grupo.
“Nenhuma compensação será paga, mas estamos abertos a trabalhar em iniciativas de desenvolvimento social compartilhadas com fabricantes de tijolos para o progresso sustentável dos membros da comunidade onde a empresa está inserida”, garantiu a mineradora Vulcan citada pelo jornal Notícias.
Neste âmbito, iniciou uma série de entrevistas aos supostos oleiros para conhecer os reais candidatos a beneficiar destas iniciativas, mas dos dois mil já entrevistados apenas 300 é que passaram na prova prática de fabrico de tijolos, realizada recentemente.
A empresa explica que vendo que estavam sendo descobertos os reais oleiros, comissões informais bloquearam a realização das provas e enviaram mensagens com teor de ameaça de vandalismo, por meio de manifestações.
“Fizeram exigências ilegais, como para a Vulcan parar de realizar operações mineiras em áreas de concessão, antes ocupadas pelos oleiros. Emitiram ainda cobranças irrealizáveis como o pagamento de todas compensações exigidas até 31 de Dezembro”, lamentou a empresa.
Como forma de pôr fim a este conflito, decorreu ontem uma reunião entre a direcção da Vulcan e alguns representantes dos manifestantes, um encontro que contou com a presença do edil da cidade de Moatize, Carlos Portimão, que aconselhou todos oleiros elegíveis a fazerem os testes práticos, tal como a mineradora sugeriu a partir da próxima quarta-feira.
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