Europa desespera-se pelo gás de Moçambique – RMB

Europa desespera-se pelo gás de Moçambique – RMB

O Chefe do departamento de Soluções para o Sector do Petróleo e Gás no Rand Merchant Bank, em Londres, considera que a escalada do conflito russo-ucraniano colocou o continente africano em desespero para comprar gás de países como Moçambique.

“O mundo, e a Europa em particular, precisa desesperadamente de países como Moçambique para preencher a lacuna de abastecimento deixada pelo petróleo e gás russos” disse Jonathan Ross, citado num comunicado publicado por um portal.

Na publicação, considera-se que o potencial transformacional do gás moçambicano foi reacendido, apesar de se ter notado algum receio em investir no gás do Rovuma devido a baixas de preços que se verificou na sequência dos esforços internacionais para a transição energética.

“Mas agora o panorama energético foi irremediavelmente alterado: A Europa comprometeu-se a substituir 155 bcm/pa [biliões de metros cúbicos por ano] de gás que importa da Rússia – isto é, cerca de sete vezes a capacidade dos actuais projectos moçambicanos de GNL sancionados. E com os preços do GNL em alguns mercados a subir cerca de oito a nove vezes no ano passado, a economia potencial destes projectos e os benefícios fiscais para Moçambique são enormes”, disse Ross.

No seu entender, uma aposta no gás de Moçambique vai ajudar no desenvolvimento económico do país e no fornecimento de energia segura para as indústrias, mas também a aliviar o mercado internacional da escassez do produto.

Jonathan Ross observou que a Moçambique esta listado como tendo uma das maiores reservas mundiais de gás, cujo potencial de produção pode atingir 16 milhões de toneladas por ano de gás natural liquefeito em 2026 “se os projectos [da TotalEnergies e Eni] forem retomados”.

“Moçambique ainda tem potencial para ser um actor importante na indústria mundial do gás e retomar os seus projectos de liquefacção de gás natural”, disse Ross.

O gás de Moçambique tem amplas aplicações e pode ser utilizado nos sectores residencial, comercial e industrial para fins tais como energia, aquecimento, cozinhar, produção de electricidade e fabrico de uma grande variedade de produtos.

Citada no documento, Ducla dos Santos espera que até Marco próximo seja confirmada a retoma do projecto da TotalEnergies, avaliado em 20 mil milhões de dólares, suspensão há cerca de 18 meses devido a insurgência terrorista na província de Cabo Delgado.

“Outras empresas como a ExxonMobil Corp, uma empresa em terra adjacente ao projecto TotalEnergies SE, está também a considerar um regresso às operações”, disse Ducla, vincando que o Governo precisa de garantir a segurança na região.

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